O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e a sua homóloga francesa Catherine Colonna discutiram por telefone "a importância de medidas para evitar que o conflito em Gaza se alastre, incluindo medidas para reduzir a tensão na Cisjordânia e para evitar uma escalada no Líbano e no Irão", indicou um comunicado do Departamento de Estado norte-americano, atribuído ao porta-voz Matthew Miller.
Blinken irá viajar novamente para o Médio Oriente, hoje à noite, para um novo périplo regional, o quarto desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, com escala prevista em Israel.
Na terça-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou a Israel para que "evite qualquer atitude de escalada, particularmente no Líbano", depois de o 'número dois' do Hamas, Saleh al-Arouri, ter sido morto num ataque atribuído a Israel nos arredores de Beirute, capital do Líbano.
Um responsável da defesa dos Estados Unidos garantiu, na quarta-feira à noite, que Israel tinha executado o ataque.
Na quarta-feira, uma dupla explosão matou 84 pessoas no Irão, quando milhares de pessoas participavam nas cerimónias de homenagem ao tenente-general Qassem Soleimani, assassinado em 2020, no Iraque, por ordem do então Presidente norte-americano, Donald Trump.
A dupla explosão teve lugar perto da mesquita Saheb al-Zaman, onde se encontra o túmulo de Soleimani, em Kerman, cerca de 820 quilómetros a sudeste da capital, Teerão.
O grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou hoje o atentado de quarta-feira em Kerman.
Soleimani, chefe de uma força de elite no seio da Guarda Revolucionária, foi o arquiteto das atividades militares regionais do Irão e é aclamado como um ícone entre os apoiantes da teocracia iraniana.
O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado após um ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita em 07 de outubro.
No total, foram mortas nesse dia 1.140 pessoas, na maioria civis e incluindo cerca de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem em Gaza, território controlado pelo Hamas desde 2007.
Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde 07 de outubro a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 22.000 pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes -- e destruídas a maioria das infraestruturas.
A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, ao surto de epidemias e à escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.
Desde 07 de outubro, mais de 300 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém leste, territórios ocupados pelo Estado judaico.
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