Quase mil páginas de documentos judiciais foram tornadas públicas na quarta-feira, revelando alguns nomes que ‘orbitaram’ em torno de Jeffrey Epstein. Nomes e ligações ao magnata, como a do Príncipe Andrew, já eram conhecidas, mas o documento revela agora novos nomes.

O documento em questão faz parte de uma ação judicial de uma das principais denunciantes de Epstein, Virginia Giuffre, que moveu uma ação legal contra o magnata em 2015 – assim como dezenas de outras mulheres.

A menção de um nome nos documentos não implica, no entanto, culpa, uma vez que existem desde e-mails a declarações de vítimas e testemunhas. A identidade de menores de idade ou de quem não prestou declarações públicas vai permanecer oculta.

Epstein morreu em 2019, na prisão, enquanto aguardava pela sua condenação.

Mas, afinal, quem era este magnata?

Epstein era um milionário que tinha conexões em vários ramos – desde as celebridades aos bilionários, de políticos até académicos. Foi detido pela primeira vez em 2005 em Palm Beach, no estado norte-americano da Florida, depois de ser acusado de pagar a uma adolescente de 14 anos para ter relações sexuais com ele.

Segundo relembra a publicação The Guardian, dezenas de outras raparigas descreveram acusações semelhantes, mas o magnata só se declarou culpado em 2008, anum caso que envolveu uma única vítima. Cumpriu 13 meses de prisão.

Depois da sua condenação, alguns nomes como Bill Clinton ou Donald Trump ‘cortaram’ as suas ligações com Epstein – mas outras não.

Dez anos mais tarde, em 2019, o magnata foi acusado por procuradores de Nova Iorque de tráfico sexual – o que acabou por levá-lo novamente à prisão, onde, em agosto do mesmo ano, tirou a própria vida.

Após a morte, o tribunal de Manhattan ‘virou-se’ para uma antiga namorada de Epstein, Ghislaine Maxwell, condenada em 2021 a 20 anos de prisão por ter auxiliado Epstein nestes ‘arranjos’.

Virginia Giuffre e os documentos (e porquê agora) 

Aos documentos agora conhecidos são parte de uma ação judicial movida contra Maxwell, por Virginia Giuffre. 

A mulher em questão explica que quanto tinha 17 anos foi atraída de um emprego no clube de Trump em Mar-a-Lago, na Florida, para se tornar a ‘massagista’ de Epstein – o que incluiria atos sexuais. Para além de Epstein, Giuffre terá sido pressionada a ter relações com homens no círculo de Epstein, incluindo com o Príncipe Andrew – contra quem apresentou um processo em 2022.

Esta parte dos documentos foi revelada porque, de acordo com a juíza que lhe deu ‘luz verde’, muita desta informação já era pública. Ao longo dos anos, outras informações têm vindo a ser reveladas, quer seja pelos jornais, quer seja em tribunal ou mesmo em documentários.

Os nomes neste documento incluem não só pessoas ligadas ao círculo íntimo de Epstein, como também de jornalistas, funcionários de Epstein, quem o acusa ou mesmo testemunhas.

Ainda assim, há nomes que se mantêm ‘bloqueados’, principalmente de vítimas.

Consulte o documento na íntegra aqui: Giuffre v. Maxwell, Case No. 15-cv-7433-LAP

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