"A situação humanitária contínua crítica em Gaza. Num contexto difícil, a França e a Jordânia entregaram ajuda por via aérea à população e àqueles que os ajudam", sublinhou o Presidente francês, Emmanuel Macron, numa publicação através da rede social X.
Segundo o palácio Eliseu (presidência francesa), a operação de lançamento foi realizada durante a madrugada de hoje por dois C-130, aviões de transporte militar, um francês e outro jordano, "com equipas mistas jordanas e francesas em ambas as aeronaves".
A "carga humanitária e médica" foi empilhada em paletes e lançada com um sistema que permite direcionar os pacotes para que desembarquem em áreas seguras o mais próximo possível do alvo, explicou o hospital de campanha jordano presente na Faixa de Gaza, citado pelo Eliseu.
Esta "operação complexa", realizada "em estreita colaboração e coordenação" com a Força Aérea jordana, foi "coroada de sucesso", garantiu a mesma fonte.
A guerra em Gaza eclodiu em 07 de outubro, após um ataque maciço do Hamas que incluiu o lançamento de foguetes e a infiltração simultânea de cerca de 3.000 milicianos em Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e raptando outras 250 em cidades próximas de Gaza.
Apesar das críticas internacionais, o Exército israelita mantém uma forte ofensiva militar contra o grupo islamita no enclave palestiniano, de que resultaram mais de 22 mil mortos e 57 mil feridos, incluindo milhares de crianças, e mais de 7 mil desaparecidos sob os escombros dos bombardeamentos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
A retaliação israelita desencadeou uma crise humanitária grave devido ao colapso de hospitais, falta de medicamentos, alimentos, água e eletricidade, de acordo com as autoridades do enclave palestiniano controladas pelo Hamas.
A UNICEF denunciou hoje que mais de 1,1 milhões de crianças na Faixa de Gaza estão em risco de vida devido ao aumento de doenças evitáveis e à falta de água e alimentos, pedindo mais ajuda e um cessar-fogo humanitário.
A deterioração da situação está a suscitar preocupações quanto a subnutrição aguda e mortalidade sobretudo de mais de 135.000 crianças com menos de dois anos e de mais de 155.000 mulheres grávidas e lactantes, dadas as suas necessidades nutricionais específicas e vulnerabilidade, de acordo com a organização.
Apesar de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU exigir a entrega de ajuda humanitária, os camiões de ajuda ainda chegam aos poucos.
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