A médica Tanya Haj-Hassan, que faz parte da organização sem fins lucrativos Médicos Sem Fronteiras, disse à agência de notícias Al Jazeera que as crianças na Faixa de Gaza estão a morrer, no âmbito da guerra entre Israel e o Hamas, "de todas as maneiras possíveis".
"Estão a morrer de todas as maneiras possíveis. O número de mortos era superior a 8.000 da última vez que conseguimos obter um número preciso de mortos. Já se passaram várias semanas, então o número provavelmente está próximo de 10.000", disse Tanya Haj-Hassan.
À Al Jazeera, recordou que "cerca de três meses após o início da guerra na Ucrânia, as Nações Unidas declararam que as vidas das crianças tinham sido devastadas a um nível nunca visto desde a Segunda Guerra Mundial" e que "na altura, em média, duas crianças eram mortas por dia".
"O número médio de crianças mortas por dia em Gaza é bem superior a 100", retorquiu.
Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a intensificação da guerra em curso entre Israel e o Hamas e a subnutrição "aumentam o risco de um número crescente de mortes de crianças", sendo que milhares já morreram no conflito.
A deterioração da situação está a suscitar preocupações quanto a subnutrição aguda e mortalidade sobretudo de mais de 135.000 crianças com menos de dois anos e de mais de 155.000 mulheres grávidas e lactantes, dadas as suas necessidades nutricionais específicas e vulnerabilidade, de acordo com a organização.
"Quando combinadas e não tratadas, a subnutrição e as doenças criam um 'ciclo mortal'. Há evidências de que as crianças com saúde e nutrição precárias são mais vulneráveis a infeções graves como a diarreia aguda", que, quando prolongada, coloca-as em "elevado risco de morte", alertou a agência da ONU, num comunicado divulgado na sexta-feira.
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