O Boeing 737 Max 9 da Alaska Airlines já tinha tido problemas durante voos dias antes do incidente de sexta-feira, em que perdeu uma janela e parte da fuselagem, o que levou a companhia a impor restrições aos voos com aquela aeronave, revela investigação.
Segundo o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB), citado pela BBC, os pilotos reportaram que foram acionadas as luzes de aviso de despressurização em três voos anteriores ao incidente.
Assim, a Alaska Airlines deixou de usar a aeronave em voos de longa duração que sobrevoassem água. Esta decisão permitia que o avião "pudesse retornar muito rapidamente a um aeroporto" caso os avisos acontecessem novamente, acrescentou Jennifer Homendy, líder da agência NTSB.
Homendy acrescentou, contudo, que não está claro se existe uma ligação entre as questões que levaram a esses avisos e o que causou a explosão em 5 de janeiro.
Recorde-se que um avião da Alaska Airlines fez uma aterragem de emergência na sexta-feira à noite em Portland, no noroeste dos Estados Unidos, depois de uma janela e um pedaço da fuselagem terem caído.
A companhia aérea informou que o avião aterrou em segurança com 174 passageiros e seis tripulantes.
O buraco provocou a despressurização da cabina, mas a companhia não forneceu informações sobre se alguém ficou ferido ou sobre a possível causa.
Note-se ainda que a Alaska Airlines disse que cancelou 170 voos marcados com aviões 737 Max 9, da Boeing, mais de um quinto das ligações previstas, enquanto a United Airlines indicou o cancelamento de 180 voos no domingo, apesar de ter conseguido usar outro tipo de aparelhos.
Os 737 Max 9 "foram retirados de serviço até que sejam confirmados com a FAA [Administração Federal da Aviação] pormenores sobre possíveis trabalhos de manutenção adicionais", disse a Alaska Airlines, em comunicado.
A Alaska Airlines e a United Airlines são as únicas companhias aéreas dos Estados Unidos que usam aparelhos Boeing Max 9.
No sábado, a FAA tinha emitido uma diretiva a ordenar que 171 aviões 737 Max 9 fossem submetidos a uma "inspeção imediata" pelas companhias aéreas que os utilizam "antes de realizarem um novo voo", estimando-se que a operação demorasse entre quatro a oito horas por aeronave.
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