Israel: EUA consideram infundada acusação de genocídio na Faixa de Gaza

O governo norte-americano classificou hoje como infundada a acusação que a África do Sul apresentou contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), por alegados crimes de genocídio na atuação das forças israelitas na Faixa de Gaza.

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© Erhan Demirtas/NurPhoto via Getty Images

Lusa
11/01/2024 19:33 ‧ 11/01/2024 por Lusa

Mundo

EUA

O Departamento de Estado norte-americano apoiou, em comunicado, o argumento do governo israelita, que tem alegado o direito a defender-se depois dos "atos terroristas" do movimento islamita palestiniano Hamas em Israel, em 07 de outubro.

A diplomacia norte-americana defendeu ainda que este tipo de acusações de genocídio devem ser feitas com cautela, noticiou a agência Efe.

"O genocídio é um dos atos mais hediondos que podem ser cometidos por qualquer entidade ou indivíduo, e tais acusações só devem ser feitas com o máximo cuidado. Israel tem o direito de se defender contra os atos terroristas do Hamas", pode ler-se.

Segundo o Departamento de Estado, "as alegações de que Israel está a cometer genocídio são infundadas" e salientou que "aqueles que atacam violentamente Israel são aqueles que continuam a apelar abertamente à aniquilação de Israel e ao assassinato em massa de judeus".

A Casa Branca já tinha considerado, no início do mês, contraproducente, sem mérito e completamente sem base factual a acusação da África do Sul perante o TIJ.

O principal órgão judicial da ONU iniciou hoje dois dias de discussões legais num caso apresentado pela África do Sul, que argumenta que "Israel se envolveu, está a envolver-se e corre o risco de continuar a envolver-se em atos genocidas contra o povo palestiniano em Gaza".

Para Pretória, estas ações são levadas a cabo "com a intenção específica" de "destruir os palestinianos como parte de um grupo nacional, racial e étnico".

O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa na Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 07 de outubro.

Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis, mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem na Faixa de Gaza.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde 07 de outubro a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 23.000 pessoas -- incluindo perto de 9.000 crianças e adolescentes e 6.000 mulheres, 70% do total de vítimas mortais -- e feridas mais de 59 mil, também maioritariamente civis.

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

Leia Também: Tribunal de Haia inicia audiências sobre acusação de genocídio em Gaza

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