A posição do Governo de Caracas foi dada a conhecer através de um comunicado divulgado na Internet pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Yván Gil.
"O Governo da República Bolivariana da Venezuela, honrando a 'Associação Estratégica a Toda Prova e em Todo o Tempo entre a China e a Venezuela' (...) reafirma a sua firme adesão ao princípio de 'Uma Só China', reconhecendo que o Governo da República Popular da China é o único Governo legítimo que representa toda a China", explica.
No comunicado o Governo venezuelano diz ainda honrar "o que foi acordado na Declaração Conjunta entre os Chefes de Estado em setembro de 2023", durante a última visita do Presidente Nicolás Maduro à China.
委内瑞拉玻利瓦尔共和国政府履行中国与委内瑞拉全天候战 略伙伴关系,以及 2023 年 9 月两国元首联合声明中达成的 共识,重申坚定奉行一个中国原则,承认中华人民共和国政 府是代表全中国的唯一合法政府 pic.twitter.com/QMYdavVr5d
— Yvan Gil (@yvangil) January 14, 2024
O Governo venezuelano diz ainda condenar "categoricamente a intervenção de qualquer nação estrangeira nos assuntos internos dos países" e "qualquer ação que atente contra a integridade territorial, aspeto que pode ameaçar a paz e a estabilidade regional e mundial".
Caracas "reitera uma vez mais a sua amizade com a irmã República Popular da China, com o compromisso de aprofundar as excelentes relações de cooperação e solidariedade que contribuem para a consolidação da comunidade de um futuro partilhado da humanidade".
A posição do Governo da Venezuela foi dada a conhecer depois de ser conhecida a vitória do candidato do Partido Democrático Progressista, no poder, William Lai Ching--te nas eleições presidenciais de sábado em Taiwan.
No discurso da vitória William Lai, saudou os eleitores por resistirem a "pressões externas", numa referência velada à China, que reivindica a posse da ilha.
"Graças às nossas ações, o povo taiwanês resistiu com sucesso aos esforços das forças externas para influenciar estas eleições", declarou William Lai aos seus apoiantes, vincando que apenas a população do território "tem o direito de escolher o seu Presidente".
Lai saudou ainda o eleitorado por abrir "um novo capítulo na democracia" da ilha, apesar das ameaças de Pequim, e prometeu "proteger Taiwan das contínuas ameaças e intimidações da China", mas também "manter o intercâmbio e a cooperação" com Pequim.
Entretanto, Chen Binhua, porta-voz do gabinete chinês responsável pelas relações com Taiwan, advertiu, num comunicado citado pela agência de notícias Nova China, que "a votação não vai impedir a tendência inevitável de reunificação com a China".
"Vamos [...] opor-nos firmemente às atividades separatistas que visam a independência de Taiwan e a interferência estrangeira", advertiu Chen.
Com quase 100% das mesas apuradas, William Lai foi o vencedor com 40% dos votos, superando os candidatos da oposição, do Kuomintang, Hou Yu-ih (33,49%), e do Partido Popular de Taiwan, Ko Wen-je (26,45%).
Leia Também: Biden reafirma que EUA "não apoiam independência" de Taiwan