"Temos o direito" de falar com Pyongyang. Rússia atira contra o Ocidente
Diplomacia russa falou sobre o Ocidente e as críticas apontadas à relação entre Moscovo e a Coreia do Norte.
© Maksim Konstantinov/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
Mundo Rússia
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, defendeu, no domingo, que o país "tem o direito" de manter o diálogo com a Coreia do Norte, deixando críticas ao Ocidente.
Esta posição foi partilhada no âmbito de uma visita de três dias da ministra dos Negócios Estrangeiros norte-coreana à Rússia, que esta segunda-feira se inicia. Apesar de a visita de Choe Son-hui ter sido confirmada, foram partilhados poucos detalhes sobre a mesma.
"Em primeiro lugar, haverá conversações. Em segundo lugar, naturalmente, haverá muita especulação. O Ocidente continua a dizer que a Rússia se está a comportar de forma errada e que não tem o direito de comunicar com a Coreia do Norte", atirou Zakharova numa entrevista ao programa Voskresny Vecher, da Rossiya-1, citada pela agência estatal russa TASS.
"Temos o direito de fazer o que consideramos adequado, tendo em conta o facto de declararmos sempre o respeito pelo direito internacional", defendeu. "Não estamos a violar nada. Estamos a desenvolver relações com os nossos parceiros em várias esferas", completou.
Recorde-se que o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, visitou a Coreia do Norte em outubro, por ocasião do 75.º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países.
A visita de Choe surge depois de terem sido reveladas novas provas de que a Coreia do Norte e a Rússia concordaram em cooperar militarmente durante uma cimeira entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente russo, Vladimir Putin, em setembro, e que inclui a transferência de armas de Pyongyang para Moscovo, em violação das sanções impostas pela ONU ao país asiático.
Na semana passada, a Casa Branca disse que a Rússia disparou recentemente mísseis balísticos norte-coreanos contra a Ucrânia, somando-se aos já utilizados nos ataques de 30 de dezembro e 2 de janeiro. Mas Pyongyang e Moscovo negam esta transferência de armamento.
Em troca, acredita-se que o regime de Kim Jong-un recebeu assistência técnica russa no lançamento do primeiro satélite de reconhecimento militar em novembro passado.
A Coreia do Sul estima que o número de contentores - carregados com mísseis balísticos, lançadores e centenas de milhares de munições de artilharia - transferidos desde o Verão pela Coreia do Norte para a Rússia ultrapassa agora os 5.000.
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