"O Afreximbank garantiu um empréstimo sindicado de pagamento antecipado de petróleo bruto no valor de 3,3 mil milhões de dólares [2,7 mil milhões de euros], patrocinado pela Companhia Nacional de Petróleo da Nigéria NNPCL, tendo sido já efetuado um desembolso inicial de 2,25 mil milhões de dólares [2 mil milhões de euros], com a segunda tranche de 1,05 mil milhões de dólares [950 milhões de euros] a ser desembolsada em breve", lê-se no comunicado enviado à Lusa.
O financiamento antecipado da venda de petróleo é considerado "histórico" pelo Afreximbank, que sublinha que o valor deste mecanismo financeiro "é o maior da Nigéria e um dos maiores empréstimos sindicados [com vários investidores] obtidos em África em 2023", depois de terem sido feitos acordos semelhantes em países como Angola, Chade ou o Egito.
A Nigéria vai pagar uma taxa de juro de 6% durante os cinco anos de vigência do contrato, permitindo uma injeção imediata de liquidez que vai "melhorar a estabilidade macroeconómica e o crescimento económico de longo prazo e, ao mesmo tempo, garantir o acesso a matérias-primas e o desenvolvimento comercial", aponta-se ainda no comunicado.
Para o presidente do Afreximbank, Benedict Oramah, o acordo financeiro agora anunciado é especialmente importante porque demonstra não só a confiança nas autoridades da Nigéria, o maior produtor de petróleo da África subsaariana, mas também a disponibilidade dos investidores para investirem no final do ano.
"Este mecanismo mostra o empenho do Afreximbank em ajudar as economias africanas quando essa assistência é mais necessária; estamos prontos para apoiar os países membros nas alturas boas e nas difíceis", comentou o presidente do banco, salientando que "apesar das dificuldades típicas do final de ano, os nossos parceiros e investidores juntaram-se e angariaram os fundos requeridos num tempo recorde".
Para o presidente executivo da NNPCL, Mele Kolo Kyari, "a participação de empresas globais, internacionais e regionais na sindicância é mais uma prova de que os investidores mantêm o apetite pela NNPCL e mostra uma sólida confiança do mercado na Nigéria".
A Nigéria, a nação mais populosa e a maior economia da África subsaariana, é também o maior produtor de petróleo na região, seguida de Angola, mas tem tido dificuldades em relançar o crescimento da produção, afetada por problemas de manutenção dos poços e frequentes roubos de petróleo.
O país produz atualmente cerca de 1,25 milhões de barris diários, podendo ir até aos 1,5 milhões por dia ao abrigo do acordo com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), apesar de o Governo garantir que a produção poderá aumentar para até 2 milhões de barris diários durante este ano.
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