Esta foi a primeira reunião de alto nível entre Londres e Buenos Aires desde a posse do novo Governo no país sul-americano.

Definida como "excelente" por Milei, a reunião terá permitido colocar a disputa em torno das ilhas Malvinas (Falkland para os britânicos) como "ponto de agenda" para futuros contactos, segundo noticiou a agência espanhola Europa Press.

No início de janeiro, o novo Governo argentino reivindicou os "legítimos direitos" de soberania sobre as Malvinas e apelou ao estabelecimento de "uma relação madura" com o Reino Unido assente num "clima de confiança" destinado a retomar as relações bilaterais, apesar de Londres insistir frequentemente que não pretende renunciar ao controlo do arquipélago do Atlântico Sul.

Em Davos, David Cameron considerou que os dois países podem obter "muito" se "trabalharem em conjunto", mas destacou como temas centrais da reunião questões de ordem comercial e o combate às "ameaças globais".

"Desejei-lhe êxito nas suas tentativas para que a Argentina regresse ao crescimento económico", disse o antigo primeiro-ministro britânico e atual ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido na rede social X (antigo Twitter).

"Foi uma reunião excelente, muito cordial. Abordámos o aprofundamento das relações comerciais, do apoio que nos vão fornecer no Fundo Monetário Internacional (FMI) e de como promover os investimentos ingleses na Argentina", indicou, por sua vez, Milei através de uma nota divulgada pelo seu gabinete.

A nota informativa da Presidência argentina também refere a questão das Malvinas.

"Estabelecemos as Malvinas como ponto de uma agenda e em colaboração com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, para avançar com soluções sobre o tema", acrescentou o Presidente argentino, sem fornecer mais detalhes sobre o principal contencioso nas relações entre Londres e Buenos Aires e que persiste desde há décadas.

Milei, que num anterior debate chegou a enaltecer a liderança da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher -- que em 1982 declarou guerra à Argentina após a invasão do arquipélago pela junta militar então no poder em Buenos Aires -- insistiu em posteriores declarações que não vai alterar a posição do país sobre a Malvinas e continuará a exigir a soberania deste território ultramarino britânico desde o século XIX.

No dia 02 de abril de 1982, forças militares argentinas comandadas pela junta militar que governava a Argentina invadiram as ilhas que são administradas desde 1833 pelo Reino Unido, desencadeando um conflito que terminou com a rendição dos militares argentinos a 14 de junho seguinte.

Durante a guerra, morreram 649 militares argentinos, 255 britânicos e três civis habitantes das ilhas.

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