Empresários venezuelanos querem diálogo com EUA por causa das sanções

A Federação de Câmaras de Comércio da Venezuela (Fedecâmaras) expressou preocupação, quarta-feira, com os efeitos locais das sanções petrolíferas impostas por Washington e instou "os EUA e a Venezuela a retomarem as conversações".

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© Marcos del Mazo/LightRocket via Getty Images

Lusa
13/03/2025 08:20 ‧ há 2 horas por Lusa

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Venezuela

"A decisão do Escritório de Controlo de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro [dos EUA] de pôr termo à chamada 'Licença Geral 41', que permitia à Chevron retomar e expandir as suas operações no país, poderá ter um impacto grave na economia, dado que uma elevada percentagem das divisas estrangeiras que entram na Venezuela tem origem na indústria petrolífera", explica em um comunicado.

 

No documento, a Fedecâmaras "manifesta a sua preocupação com as implicações que tal medida terá para o país, especialmente para as zonas cuja economia depende maioritariamente deste sector industrial".

"Estamos conscientes de que esta situação se refletirá nos valores de crescimento previstos para este ano e para os anos seguintes, uma vez que um número significativo de empresas poderá ser afetado (...)  poderá ter um impacto negativo em áreas tão sensíveis e vulneráveis como a saúde e a educação, podendo mesmo aumentar as taxas de pobreza", explica o comunicado sublinhando que "após quatro anos consecutivos de crescimento sustentado, existe a possibilidade de a nossa economia entrar em recessão".

No documento a Fedecâmaras sublinha que sendo verdade que as sanções financeiras gerais acentuaram a magnitude da crise económica, também é verdade que, em 2017, a Venezuela já atravessava um cenário económico e financeiro complexo.

"Fazemos um chamado a uma avaliação responsável dos efeitos desta medida e à procura de soluções para evitar mais distorções no aparelho económico, numa altura em que a Venezuela precisa de certezas e de oportunidades para avançar", explica.

Para a Fedecâmaras "é fundamental gerar as condições necessárias para preservar a estabilidade produtiva, atrair investimentos e garantir o bem-estar da população" venezuelana.

"Neste contexto, reiteramos o nosso compromisso com a defesa da iniciativa privada, a geração de emprego e o desenvolvimento sustentável do país", conclui.

Em 25 de fevereiro de 2025, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que iria acabar com as licenças de exportação de petróleo concedidas à Venezuela, explicando que as mesmas deixarão de estar em vigor a partir de 01 de março.

"Estamos a reverter as concessões que o corrupto [ex--Presidente dos Estados Unidos] Joe Biden fez a Nicolás Maduro da Venezuela no acordo petrolífero de 26 de novembro de 2022, bem como as relacionadas com as condições eleitorais dentro da Venezuela, que o regime de Maduro não conseguiu cumprir", anunciou Trump, na sua rede social Truth Social.

As licenças concedidas por Biden, que beneficiavam a petrolífera norte-americana Chevron, não foram renovadas em 2024, mas foram concedidas licenças individuais a alguns parceiros e clientes da empresa estatal venezuelana Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA), permitindo que as exportações fluíssem para mercados como os Estados Unidos, Europa e Índia.

Nos termos da atual licença concedida pela administração Biden, a Chevron estava autorizada a operar na Venezuela até ao final de julho, pelo que a decisão de Trump antecipa em vários meses a cessação da atividade.

Segundo a imprensa local, a Chevron é a única grande empresa petrolífera norte-americana a operar na Venezuela.

Leia Também: ONG alerta para aumento de restrições ao acesso à Internet na Venezuela

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