Mackenzie e os outros suspeitos não se pronunciaram porque o juiz do Supremo Tribunal da cidade costeira de Malindi, Mugure Thande, acedeu a um pedido do Ministério Público para que se submetessem a avaliações mentais e regressassem ao tribunal a 06 de fevereiro.
Os restos mortais de 180 das 191 crianças ainda não foram identificados, de acordo com a acusação do Ministério Público.
Mackenzie e alguns dos seus seguidores foram responsabilizados pela morte de 429 membros da sua "Igreja Internacional da Boa Nova", muitos dos quais se crê terem morrido à fome na convicção de que, ao fazê-lo, encontrariam Jesus Cristo antes do fim do mundo.
Os corpos foram descobertos em dezenas de sepulturas pouco profundas num rancho de 320 hectares, numa zona remota conhecida como Floresta Shakahola, no condado costeiro de Kilifi.
As sepulturas foram encontradas depois de a polícia ter resgatado 15 membros da igreja extremamente subnutridos, que disseram aos investigadores que Mackenzie lhes tinha dado instruções para jejuarem até à morte antes que o mundo acabasse. Quatro dos 15 morreram depois de terem sido levados para um hospital.
As autópsias feitas a alguns dos corpos encontrados nas sepulturas revelaram que morreram de fome, estrangulamento ou asfixia.
O Procurador-Geral do Quénia disse na segunda-feira que 95 pessoas serão acusadas de homicídio, crueldade, tortura de crianças e outros crimes.
Durante meses, desde a detenção dos arguidos em abril de 2023, os procuradores pediram a um tribunal de Kilifi autorização para os manter detidos enquanto a investigação prossegue. Mas, na semana passada, o magistrado principal, Yousuf Shikanda, recusou o último pedido de detenção dos suspeitos por mais 60 dias, afirmando que os procuradores tinham tido tempo suficiente para concluir a investigação.
Mackenzie está a cumprir uma sentença separada de um ano de prisão depois de ter sido considerado culpado de operar um estúdio de cinema e produzir filmes para a sua pregação sem uma licença válida.
Mackenzie terá alegadamente encorajado os membros da igreja a mudarem-se para a floresta de Shakahola para se prepararem para o fim do mundo e escolheu a área por ser remota.
"Os seguidores eram obrigados a destruir documentos vitais, entre os quais bilhetes de identidade nacionais, certidões de nascimento, certificados de propriedade, certificados académicos e certidões de casamento", o que criou problemas na identificação dos mortos, segundo o relatório.
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