O português que atropelou mortalmente quatro pessoas e feriu outras dez em Torrejón de Ardoz, na comunidade espanhola de Madrid, poderá ser julgado por um tribunal de júri. Segundo o jornal La Voz de Galicia, o juiz de instrução já propôs a alteração ao julgamento e o homem pode ser acusado de 14 crimes de homicídio, dez dos quais na forma tentada.
O crime, recorde-se, aconteceu na madrugada de 6 de novembro de 2022 em frente a um restaurante, onde decorria um casamento com mais de 200 convidados.
No despacho do tribunal, a que a imprensa espanhola teve acesso, o juiz aceitou transformar o processo num procedimento de tribunal de júri e convocou o arguido para comparecer numa audiência no próximo dia 5 de fevereiro.
Em causa, segundo o juiz, estão 14 crimes de homicídio, dez dos quais na forma tentada. A alteração do julgamento foi pedida após o juiz ter recebido um relatório da Polícia Municipal de Madrid, que concluiu que o acidente foi intencional, contrariamente à versão do arguido.
"Apesar da presença de peões na estrada, visível para o condutor, o condutor efetuou uma manobra de aceleração entre estes dois troços que aumentou o perigo potencial de morte dos peões em caso de colisão de cerca de 40 para 70 por cento", lê-se.
Contudo, segundo a versão do português, o acidente não foi intencional e aconteceu após ter de fugir à pressa do local com dois filhos e um sobrinho por ter sido atacado e alvejado por vários convidados do casamento.
"Fomos agredidos e ameaçados", justificou o suspeito, acrescentando que foi convidado para o casamento pelo pai da noiva. Segundo a sua versão, um convidado insultou um dos seus filhos, o que desencadeou um confronto.
O português, na altura com 35 anos, decidiu fugir do local com os sobrinhos e filhos, todos menores e de nacionalidade espanhola, mas os convidados do casamento ter-lhe-ão bloqueado o carro. Ao ouvir disparos, o homem decidiu acelerar. No entanto, a polícia descartou esta versão, uma vez que não foram encontradas balas no local.
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