O grupo atacou dezenas de navios mercantes, que considerou "ligados a Israel", nesta rota estratégica, em solidariedade com o movimento islamita palestiniano Hamas, que desde 7 de outubro está em guerra com Israel na Faixa de Gaza.
Em resposta, os Estados Unidos e o Reino Unido têm vindo a bombardear, desde 12 de janeiro, posições dos rebeldes Huthis no Iémen, algo que levou o grupo a declarar que "todos os interesses norte-americanos e britânicos se tornaram alvos legítimos".
"A loucura e a idiotice dos Estados Unidos e do Reino Unido jogaram contra eles: a partir de agora nenhum dos seus navios poderá cruzar uma das principais rotas comerciais do mundo", disse um membro da liderança política dos Huthis.
"As perdas para os países agressores são maiores do que as perdas para o Iémen", acrescentou Mohammed al-Bukhaiti, citado pelo diário russo Izvestia.
Os ataques a navios mercantes obrigaram muitos armadores a suspender a passagem das frotas pelo mar Vermelho, por onde, de acordo com a Câmara Internacional de Navegação, passa 12% do comércio global.
"Para outros países, incluindo a China e a Rússia, o transporte marítimo na região não está ameaçado. Além disso, estamos até prontos para garantir a passagem segura dos seus navios no mar Vermelho", acrescentou Al-Bukhaiti.
"Mas os navios israelitas, ou aqueles com uma ligação mesmo que ténue com Israel, não terão a menor hipótese de cruzar o mar Vermelho", sublinhou o responsável dos Huthis.
Al-Bukhaiti sublinhou que o "objetivo é aumentar o custo económico para o Estado judeu, a fim de parar a carnificina em Gaza".
Entre mais de 25 ataques contra a marinha mercante, os rebeldes do Iémen sequestraram em novembro o Galaxy Leader, um navio propriedade de uma empresa britânica controlada por um empresário israelita, e fizeram reféns os 25 tripulantes.
Os reféns "estão bem", garantiu Al-Bukhaiti, especificando que o grupo está a preparar-se para diferentes cenários, incluindo até uma operação terrestre norte-americana no Iémen, avançou o Izvestia.
Na quarta-feira, os Estados Unidos voltaram a colocar os Huthis numa lista de "organizações terroristas".
O Presidente dos EUA, Joe Biden, garantiu que os ataques contra os rebeldes vão continuar, enquanto os Huthis perturbarem o comércio marítimo internacional ao largo do Iémen.
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