Milhares pedem fim "do genocídio em Gaza" em várias cidades espanholas

Meio milhão de pessoas, segundo os organizadores, manifestaram-se hoje em 115 cidades espanholas para exigir a Espanha e toda a comunidade internacional "medidas concretas" para acabar com "o genocídio em Gaza e o colonialismo na Palestina".

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© Pablo Blazquez Dominguez/Getty Images

Lusa
20/01/2024 15:55 ‧ 20/01/2024 por Lusa

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Israel

As manifestações foram convocadas pela Rede Solidária contra a Ocupação da Palestina, uma plataforma que junta mais de 50 organizações espanholas, desde associações a sindicatos, e só em Madrid estiveram mais de 50 mil pessoas, segundo disse a organização.

Já a Delegação do Governo (a entidade que autoriza e coordena o dispositivo de segurança de protestos) disse que na manifestação de Madrid estiveram cerca de 25 mil pessoas.

O protesto subiu umas das artérias centrais de Madrid, o Passeio do Prado, entre a estação da Atocha e a praça Cibeles ao som de palavras de ordem como "Israel assassina, a Europa patrocina", "Não é uma guerra, é um genocídio" ou "Netanyahu assassino do povo palestiniano", numa referência ao primeiro-ministro de Israel e à operação militar israelita no território palestiniano da Faixa de Gaza, em resposta a um ataque do grupo islamita radical Hamas, em 07 de outubro.

Mas as palavras de ordem da manifestação dirigiram-se também a Espanha e ao primeiro-ministro espanhol, o socialista Pedro Sánchez, apesar de ser considerado um dos líderes europeus mais contundentes nas críticas a Israel e na defesa do estado palestiniano, como reconheceram os manifestantes que falaram hoje com a Lusa.

"Não é suficiente. No fim, Espanha alinha-se com os interesses da União Europeia e é preciso fazer mais", defendeu Raul, 26 anos, estudante e funcionário de uma organização não governamental.

"Não e suficiente", repetiu a estudante universitária Sandra, de 20 anos, que se disse palestiniana e jordana, por ter nascido na Jordânia filha de pais que fugiram da Palestina em 1968 e nunca mais conseguiram voltar.

Para Sandra, que estuda em Madrid, "todos os países têm de fazer mais" no apoio à Palestina e ao fim do ataque militar israelita em Gaza, porque apesar "do empenho" de líderes como Pedro Sánchez, "nada mudou".

"Sánchez, escuta, a África do Sul está em luta", gritaram por diversas vezes os manifestantes hoje em Madrid, ecoando o "bom exemplo" que todas as pessoas deram à Lusa, o da queixa por genocídio em Gaza apresentada pelo país africano contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça.

No manifesto lido no final do protesto, os manifestantes pediram que Espanha acabe com qualquer relação (diplomática, comercial, desportiva) com Israel, que ponha fim "à compra e venda de armas e de tecnologia militar e de segurança" com Israel e que apoie a queixa da África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça.

"Queremos reconhecer a resistência do povo palestiniano face à ocupação [por Israel], a limpeza étnica, o apartheid e a colonização", lê-se também mo manifesto, que apela ainda a uma campanha, por parte da sociedade civil e das entidades públicas e privadas, "de boicote, desinvestimentos e sanções" a Telavive.

Os organizadores da manifestação sublinharam que Israel "bombardeia de maneira intencionada e sistemática" a Faixa de Gaza desde 07 de outubro, mas o território está submetido por Telavive a "um bloqueio asfixiante e ilegal há mais de 16 anos".

"A crueldade destes últimos ataques não tem precedentes, com mais de 30 mil pessoas assassinadas, das quais mais de 10 mil são meninos e meninas. Numerosos juristas e peritos das Nações Unidas denunciam que aquilo que está a acontecer em Gaza pode ser um crime de genocídio", acrescentaram, no manifesto lido perante os manifestantes.

A manifestação, dominada por bandeiras palestinianas e cartazes e faixas com frases e palavras como "Paz", "Paremos agora a III Guerra Mundial", "Boicote a Israel", "Fim do genocídio em Gaza" ou "Palestina livre", terminou com um minuto de silêncio pelas vítimas na Faixa de Gaza dos últimos meses.

Leia Também: Hamas lança inquérito para apurar mortos e desaparecidos em Gaza

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