Meloni rejeita acusação de colocar Itália à venda com privatizações

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, rejeitou hoje a acusação de que colocou "Itália à venda" com as privatizações que pretende realizar, referindo que foi feita por aqueles que "pegaram na Fiat e a venderam aos franceses".

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© Antonio Masiello/Getty Images

Lusa
23/01/2024 00:01 ‧ 23/01/2024 por Lusa

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Itália

"Li uma primeira página do 'Repubblica': 'A Itália está à venda'. Essa acusação vem do jornal de propriedade daqueles que adquiriram a Fiat e a venderam aos franceses, transferiram a sede jurídica e fiscal para o exterior e colocaram à venda as sedes das nossas históricas empresas italianas...", realçou Meloni.

"Não sei se é o título de uma autobiografia, mas lições sobre a proteção do italianismo não são", acrescentou a líder da extrema-direita, de acordo com excertos de uma entrevista à rede de televisão Mediaset, que será transmitida hoje à noite.

Meloni referia-se, sem o mencionar, à família Agnelli, histórica proprietária da Fiat, atualmente integrada num grupo internacional sediado nos Países Baixos, e uma de cujas empresas detém 100% das ações do jornal 'Repubblica'.

A chefe do Governo italiano confirmou que as suas previsões passam por obter 20 mil milhões em três anos graças às privatizações, "o que é um trabalho sério que pode ser feito" sem, no entanto, "comprometer o controlo público" das empresas italianas.

"A privatização não é um presente multimilionário para um empresário e amigo sortudo", mas sim "o Estado poder dar um passo atrás onde a sua presença não é necessária, enquanto deve dar um passo em frente quando for necessário".

"Podemos ceder algumas ações de empresas públicas sem comprometer o controlo público", garantiu, antes de acrescentar: "Em algumas empresas totalmente estatais podemos ceder ações minoritárias a particulares".

Questionada sobre se estava a referir-se, por exemplo, à companhia ferroviária nacional italiana, Meloni respondeu: "Sim, também, é um das pastas que temos sobre a mesa. O Estado mantém sempre o controlo quando o controlo é necessário".

A primeira-ministra italiana referiu-se ainda ao novo Pacto de Estabilidade aprovado pela União Europeia (UE), que considerou "o melhor possível".

"Acho que poderíamos ter feito um pouco mais juntos", frisou, referindo-se ao Presidente francês Emmanuel Macron, quando questionada sobre se chefe de Estado francês esteve ao lado de Itália durante as negociações.

O atual Pacto de Estabilidade "não é o meu compromisso ideal, mas foi o melhor possível", acrescentou Meloni.

Para a governante, "a alternativa era regressar aos velhos parâmetros, que eram muito piores", embora "existam países na Europa que preferem o parâmetros anteriores porque são mais rígidos".

Leia Também: Partido de Giorgia Meloni é "pós-fascista, e não neofascista"

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