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Quem é Domingos Brazão, suposto mandante da morte de Marielle Franco?

Foi apontado pelo atirador Ronnie Lessa como um dos que mandou matar a vereadora Marielle Franco e o seu motorista, Anderson Gomes.

Quem é Domingos Brazão, suposto mandante da morte de Marielle Franco?
Notícias ao Minuto

18:58 - 23/01/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Brasil

Político de carreira e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, no Brasil. Domingos Brazão foi apontado pelo atirador Ronnie Lessa como um dos que mandou matar a vereadora Marielle Franco e o seu motorista, Anderson Gomes.

Preso desde março de 2019 - há quase três anos - Lessa fez um acordo de delação com a polícia, tendo agora denunciado Brazão, de 58 anos, ex-vereador e ex-deputado estadual do Rio de Janeiro por cinco mandatos consecutivos.

Mas afinal, quem é Domingos Brazão?

Brazão, de 58 anos, é líder de um poderoso grupo político da zona oeste do Rio de Janeiro, berço das milícias cariocas. Foi deputado estadual durante cinco mandatos consecutivos, onde acumulou polémicas e suspeitas de corrupção até ser afastado e, posteriormente, realocado como conselheiro do Tribunal de Contas da cidade, dá conta o Carta Capital.

No seu cadastro figuram acusações de improbidade administrativa (atos ilegais cometidos durante o exercício de funções), fraude, envolvimento na chamada 'máfia dos combustíveis' e com milícias para a compra de votos.

Em 2011, viu o seu mandato cessado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro por suposta compra de votos na zona oeste da cidade, local considerado a sue esfera eleitoral desde a primeira eleição em 1999. A decisão foi anulada após uma decisão judicial de caráter provisório.

O nome de Brazão apareceu pela primeira vez publicamente na investigação do caso Marielle em 2019, após o polícia militar Rodrigo Jorge Ferreira ter acusado o vereador Marcello Siciliano e o antigo membro da polícia militar Orlando Curicica de serem os que mandaram matar Marielle Franco e o seu motorista.

Na altura, a Procuradoria Geral da República pediu ao Superior Tribunal de Justiça do Brasil que Brazão fosse investigado pela suspeita de ter utilizado um policia federal aposentado (Rodrigo Jorge Ferreira), a fazer declarações falsas.

A investigação apontou indícios de que Rodrigo Jorge Ferreira estava relacionado com o crime. Em 2023, no entanto, a Justiça do Rio de Janeiro rejeitou a denúncia contra Domingos Brazão por obstrução da justiça.

Em outubro do ano passado, o seu nome voltou à baila após a delação premiada (colaboração) do ex-polícia militar Élcio Queiroz - motorista que dirigiu o carro de Ronnie Lessa durante o assassinato. A delação de Queiroz trouxe detalhes sobre o crime. O nome de Brazão, contudo, não foi falado.

A possível hipótese de motivação

A principal hipótese de motivação de Brazão, segundo o Intercept, envolve uma suposta vingança contra o ex-deputado Marcelo Freixo, na altura filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).

Enquanto também deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Brazão entrou em disputas políticas com Freixo. Marielle trabalhou com Freixo durante 10 anos, até ser eleita vereadora, em 2016.

As quezílias entre os dois começam em 2008, quando o nome de Brazão foi citado no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias, presidida por Freixo, como um dos políticos 'autorizados' a fazer campanha política em Rio das Pedras.

Em 2017, Freixo também teve um papel central na 'Operação Cadeia Velha', que ocorreu cinco meses antes do assassinato da vereadora e prendeu políticos influentes do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) no Rio de Janeiro.

O caso Marielle Franco

O assassínio de Marielle Franco e do motorista Anderson Torres, que guiava o carro em que a ativista viajava em março de 2018 quando o veículo foi alvejado por tiros disparados pelos assassinos, chocou parte da sociedade brasileira.

Afrodescendente, bissexual e destacada ativista pela defesa dos direitos das minorias, Marielle Franco foi crivada de tiros quando passeava pelo centro do Rio de Janeiro após participar num encontro político com mulheres.

Atualmente, há duas pessoas presas: Ronnie Lessa, suposto autor dos disparos, e o seu companheiro, Elcio Queiroz, motorista de um carro usado no crime.

Segundo algumas testemunhas, Queiroz foi visto na mesma noite do crime à procura da casa que Jair Bolsonaro tem no Rio de Janeiro, embora tenha sido verificado que naquele o ex-presidente estava em Brasília. 

Leia Também: Assassino de Marielle Franco revela quem mandou matar a vereadora

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