Primeiro-ministro eslovaco defende: "Acham mesmo que há guerra em Kyiv?"
O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, que cortou a ajuda militar à Ucrânia desde que assumiu o poder em outubro, defendeu hoje que, apesar da invasão russa, em Kyiv a vida continua com "normalidade absoluta".
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Mundo Guerra na Ucrânia
"Há uma normalidade absoluta", realçou o chefe do Governo, após um conselho de ministros realizado numa cidade eslovaca perto da fronteira com a Ucrânia, quando questionado sobre a razão pela qual a sua visita à Ucrânia esta quarta-feira não será realizada em Kyiv.
"Acham mesmo que há guerra em Kyiv? Não se pode pensar assim seriamente, espero", respondeu Fico à pergunta de um jornalista, apesar dos constantes ataques aéreos russos que a capital ucraniana tem registado há várias semanas.
Robert Fico reúne-se esta quarta-feira na cidade ucraniana de Uzhgorod, perto da fronteira com a Eslováquia, com o seu homólogo ucraniano Denis Shmihal, a quem informará sobre um pacote de ajuda humanitária aprovado por Bratislava.
De ser um aliado próximo de Kyiv e doar toda a sua frota de caças MIG-29 e sistema de defesa aérea S-300, ambos de fabrico soviético, a Eslováquia passou a rejeitar a assistência militar ao seu vizinho.
Mas esta posição não impede que empresas privadas vendam armas, com autorização do Ministério da Defesa.
No sábado, Fico anunciou que vetaria a eventual entrada da Ucrânia na NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte], considerando essa medida "a base para uma terceira guerra mundial".
A cimeira da NATO vai realizar-se no verão em Washington, onde a Ucrânia espera fazer mais progressos no sentido da adesão à NATO.
Segundo a agência Europa Press, o primeiro-ministro eslovaco especulou ainda, numa entrevista de rádio, na qual também rejeitou ajudar Kyiv com armas, sobre a entrada da Ucrânia na União Europeia, a qual disse não ter objeções, desde que fossem cumpridos os critérios de adesão.
Quanto ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia, Fico disse: "Tem de haver algum tipo de acordo, que será muito doloroso para ambas as partes. O que esperam? Que os russos deixem a Crimeia, Donbass e Lugansk? Não é realista".
A Eslováquia é um dos países mais pró-Rússia da União Europeia.
Menos de metade dos eslovacos (40%) acreditam que a Rússia é responsável pela guerra na Ucrânia, segundo um relatório de 2023 do ´think tank´ Globsec, com sede em Bratislava.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, desencadeada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kyiv e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
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