"Há uma tendência para nos habituarmos ao sofrimento dos ucranianos"

O alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, afirmou que "a grande diferença do ano passado para este ano" na guerra na Ucrânia "é que, este ano, já não é notícia no mundo".

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© Eugen Kotenko / Ukrinform/Future Publishing via Getty Images

Notícias ao Minuto
24/01/2024 23:28 ‧ 24/01/2024 por Notícias ao Minuto

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O alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, afirmou, esta quarta-feira, que está preocupado com o facto de a guerra na Ucrânia estar a ser esquecida e considerou que "há uma tendência para nos habituarmos ao sofrimento dos ucranianos".

Após uma semana de visita à Ucrânia, o responsável lembrou, em entrevista à Associated Press (AP), que os "ucranianos estão a viver uma guerra brutal, apesar de outras crises globais estarem a ocupar o centro das atenções".

"Penso que a grande diferença do ano passado para este ano é que, este ano, isto já não é notícia no mundo", afirmou. "De certa forma, há uma tendência para nos habituarmos ao sofrimento dos ucranianos".

Este ano, a agência da ONU pediu 4,2 mil milhões de dólares para ajudar a Ucrânia, um valor inferior ao pedido no ano passado. "Fizemos essa escolha porque estamos conscientes de que há tantas crises no mundo que isso é um fator e, portanto, concentrámo-nos realmente nas necessidades prioritárias", explicou Grandi.

O responsável instou ainda os Estados Unidos e a União Europeia a aprovarem os seus pacotes de ajuda, uma vez que é seu dever "recordar a todos que a ajuda humanitária não deve ser refém da política".

"Se esses pacotes ficarem bloqueados, estou muito preocupado com o facto de a ajuda humanitária não chegar. Isso terá um impacto imediato aqui", lamentou.

Sublinhe-se que a Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.

Segundo dados do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), a invasão russa da Ucrânia já provocou 10 milhões de deslocados. Destes, 3,7 milhões são considerados deslocados internos e 6,3 milhões refugiados. 

As últimas semanas foram marcadas por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Leia Também: "É óbvio que russos estão a brincar com as vidas dos reféns ucranianos"

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