Israel agradece aos EUA por deixarem de financiar UNRWA

O ministro israelita da Defesa, Yoav Gallant, saudou hoje os Estados Unidos por suspenderem temporariamente o financiamento à agência de refugiados da ONU (UNRWA), após vários dos seus funcionários terem sido acusados de trabalhar para o grupo islamita Hamas.

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© JACQUELYN MARTIN/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
26/01/2024 23:08 ‧ 26/01/2024 por Lusa

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UNRWA

"Obrigado à administração americana pela sua liderança e por ter dado um passo importante para responsabilizar a UNRWA", afirmou Gallant num comunicado divulgado pelo seu gabinete, no qual afirma que pelo menos uma dúzia de funcionários da organização estiveram envolvidos no ataque do Hamas de 07 de outubro que fez cerca de 1.200 mortos e 250 reféns em Israel.

"São 'trabalhadores humanitários', com salários pagos por donativos internacionais e com sangue nas mãos. São necessárias mudanças importantes para que os esforços, os fundos e as iniciativas humanitárias internacionais não alimentem o terrorismo do Hamas e a morte de israelitas", acrescentou.

Yoav Gallant descreveu a situação como "terrorismo disfarçado de trabalho humanitário", considerando-a uma "vergonha para a ONU" e para os seus princípios.

O Comissário Geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, anunciou hoje que irá rescindir imediatamente os contratos de vários funcionários depois de as autoridades israelitas terem fornecido "informações sobre o alegado envolvimento de vários funcionários da UNRWA nos terríveis ataques contra Israel em 07 de outubro".

Lazzarini disse ainda que vai também lançar uma investigação "para estabelecer a verdade sem demora" e "para proteger a capacidade da Agência de prestar assistência" na Faixa de Gaza, onde 85% da população (1,9 milhões de habitantes) está deslocada e a viver uma crise humanitária sem precedentes.

Na sequência do anúncio, os Estados Unidos decidiram suspender temporariamente o seu financiamento à UNRWA. "Os Estados Unidos estão extremamente preocupados com as alegações de que doze funcionários da UNRWA podem ter estado envolvidos no ataque terrorista do Hamas a Israel", afirmou o Departamento de Estado em comunicado.

No entanto, o governo americano reconheceu que a agência tem desempenhado até agora "um papel crítico" na prestação de assistência aos palestinianos, com alimentos e medicamentos, e tem "salvado vidas".

A Comissão Europeia (CE) e o Alto Representante da União Europeia para as Relações Exteriores, Josep Borrell, disseram hoje que a UNRWA deverá oferecer "transparência total" e tomar "medidas imediatas" em relação ao pessoal que Israel alega estar envolvido no ataque do Hamas, apesar de considerarem aquela entidade "um parceiro crucial da comunidade internacional".

"Estamos extremamente preocupados com as alegações de envolvimento do pessoal da UNRWA nos ataques terroristas de 7 de outubro em Israel", afirmaram a CE e Josep Borrell em comunicado conjunto, deixando um aviso: "A Comissão avaliará os próximos passos e tirará conclusões com base nos resultados da investigação completa e exaustiva".

Leia Também: Do "golpe" para Israel até ao "feito notável". A decisão de Haia

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