Dois homens armados fizeram sete reféns numa fábrica no noroeste da Turquia, nesta quinta-feira, aparentemente numa ação de protesto relacionada com a guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.
Segundo a agência Associated Press (AP), que cita meios locais, os suspeitos terão entrado no edifício principal da fábrica, que é propriedade da norte-americana Procter & Gamble (P&G), em Gebze, por volta das 15h00 (12h00 em Portugal continental), tomando sete membros do 'staff' como reféns.
A imprensa turca terá ainda publicado uma imagem de um dos supostos suspeitos, que se encontra dentro da fábrica Procter and Gamble, usando um cinto de explosivos rudimentar e segurando uma pistola.
A ação dos homens armados, disse a agência de notícias privada DHA, terá como objetivo realçar a perda de vida na Faixa de Gaza, na sequência do ataque do Hamas a 7 de outubro em Israel.
Ismet Zihni disse que a mulher, Suheyla, estava entre os reféns. À DHA, revelou que lhe tinha ligado e ela respondeu "Fomos feitos reféns, estamos bem", e desligou.
"A segurança do pessoal da P&G e dos nossos parceiros é a nossa principal prioridade. Hoje cedo, evacuámos as nossas instalações em Gebze e estamos a trabalhar com as autoridades locais para resolver uma situação de segurança urgente", disse porta-voz da P&G, que emprega 700 pessoas em três locais de trabalho na Turquia.
Cerca de 27.000 pessoas foram mortas na operação militar de Israel desde 07 de outubro, de acordo com o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.
Entretanto, a polícia isolou as estradas circundantes da fábrica e estará a tentar negociar com os sequestradores.
O sentido público de ódio contra Israel e o seu principal aliado, os EUA, aumentaram na Turquia deste o início do conflito, com protestos e manifestações de apoio ao povo palestiniano.
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, chegou mesmo a apelidar a ação de Israel como "crime de guerra" e a comparar o primeiro ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ao líder nazi Adolf Hitler.
A Embaixada dos EUA em Ancara emitiu um alerta em novembro sobre manifestações "criticas à política externa dos EUA" e apelos a boicotes a empresas norte-americanas.
O conselho seguiu-se após protestos e ataques a estabelecimentos como McDonald's e Starbucks, devido ao conflito em Gaza.
O atual conflito foi desencadeado por um ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns no dia 07 de outubro, segundo as autoridades israelitas.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva aérea, marítima e terrestre contra a Faixa de Gaza, um pequeno enclave palestiniano com cerca de 2,3 milhões de habitantes.
A guerra causou 27.019 mortos na Faixa de Gaza, segundo um novo balanço divulgado hoje pelo Ministério da Saúde do movimento islamita, que controla o território desde 2007.
[Notícia atualizada às 20h55]
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