Israel estuda resposta do Hamas à proposta de trégua
Israel anunciou hoje que está a examinar a resposta do Hamas a uma proposta de trégua, incluindo a libertação de reféns detidos em Gaza, depois de o Qatar ter relatado uma "resposta positiva" do movimento islamista palestiniano.
© MAHMUD HAMS/AFP via Getty Images
Mundo Israel/Palestina
"A resposta do Hamas foi transmitida pelo mediador do Qatar à Mossad [serviços secretos israelitas]. Os detalhes estão a ser cuidadosamente considerados pelas autoridades envolvidas nas negociações", refere um comunicado do gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, citado pela France-Presse (AFP).
O Hamas confirmou que apresentou a sua resposta aos mediadores do Egito e do Qatar, mas sem especificar o seu conteúdo.
Estes desenvolvimentos ocorrem numa altura em que o secretário de Estado dos Estados Unidos da América (EUA), Antony Blinken, lidera uma viagem ao Médio Oriente para tentar garantir uma trégua na guerra entre Israel e o Hamas, que entra no seu quinto mês na quarta-feira.
Ao lado de Blinken, em Doha, o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdelrahmane Al-Thani, manifestou-se "otimista" e declarou ter recebido "uma resposta do Hamas sobre a estrutura geral do acordo de reféns" e que "a resposta contém alguns comentários, mas, no geral, é positiva".
Na frente de batalha, não há trégua nos incessantes ataques israelitas, especialmente contra Khan Younes e Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
O ministério da saúde do Hamas relatou pelo menos 107 mortes em 24 horas no território palestiniano sitiado e devastado.
Na semana passada, uma fonte do movimento palestiniano disse que o projeto de três fases incluía uma trégua de seis semanas durante a qual Israel terá de libertar 200 a 300 prisioneiros palestinianos em troca de 35 a 40 reféns detidos pelo Hamas, bem como permitir uma maior ajuda humanitária a Gaza.
Antony Blinken, cujo país é um aliado próximo de Israel, disse que discutiria a resposta do Hamas com os líderes israelitas, na quarta-feira, como parte da sua quinta viagem ao Médio Oriente, desde 07 de outubro.
O secretário de Estado norte-americano, que visitou a Arábia Saudita, o Egito e o Qatar, deverá visitar também a Cisjordânia, território palestiniano ocupado por Israel desde 1967.
"Ainda há muito trabalho a fazer. Mas continuamos a acreditar que um acordo é possível e até essencial, e continuaremos a trabalhar incansavelmente para o conseguir", disse Blinken, em Doha.
Segundo o responsável norte-americano, o projeto de acordo, elaborado no final de janeiro, em Paris, por mediadores do Qatar, EUA e Egito, "oferece a perspetiva de uma calma prolongada, de uma libertação de reféns e de um aumento da ajuda" a Gaza, onde se vive uma crise humanitária.
Até a um acordo, o Hamas exige um cessar-fogo total, enquanto Israel afirma que só terminará definitivamente a sua ofensiva em Gaza quando o Hamas for eliminado e os reféns libertados.
A guerra foi desencadeada em 07 de outubro por um ataque sem precedentes em Israel por comandos do Hamas infiltrados a partir de Gaza, que resultou na morte de mais de 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados de autoridades israelitas.
Em retaliação, Israel prometeu destruir o Hamas, que tomou o poder em Gaza em 2007, e lançou uma ofensiva que deixou 27.585 mortos no território palestiniano, a grande maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, um movimento classificado como terrorista pela União Europeia e pelos EUA.
Leia Também: Hamas com "resposta positiva" a proposta de libertação de reféns em Gaza
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com