Milhares de recrutas do "exército popular" dos Hutis desfilam em Saná

Milhares de novos recrutas do "exército popular" dos Huthis do Iémen desfilaram hoje na capital do país, Saná, no âmbito da campanha de mobilização para apoiar, segundo os rebeldes, os palestinianos contra Israel na Faixa de Gaza.

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© Mohammed Hamoud/Getty Images

Lusa
07/02/2024 13:36 ‧ 07/02/2024 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

Vários apoiantes do grupo exibiram lança-granadas RPG, metralhadoras e espingardas AK-47 enquanto marchavam por uma estrada localizada frente às embaixadas, agora encerradas, do Reino Unido, Oman e Qatar, na periferia leste de Saná, numa marcha que os organizadores dizem ter mobilizado três mil pessoas.

Alguns dos elementos carregavam uma grande bandeira com a imagem do navio "Galaxy Leader" capturado pelas forças Huthis, apoiadas pelo Irão, enquanto outros seguravam uma bandeira do líder do Hezbollah no Líbano, Hasan Nasrallah, e do líder Huthi, Abdulmalik al Huti. Na estrada foram pintadas frases como "América é o Grande Satã" e "Oh América ... Morte, morte".

À agência EFE os organizadores divulgaram a presença de 3.000 pessoas na marcha, a mais recente de várias realizadas nas últimas semanas na capital e em outras províncias sob controlo dos Huthis.

As mesmas fontes indicaram que os desfiles visam demonstrar a popularidade do grupo entre a população civil e a vontade dos seus seguidores de lutar.

Numa maior escala, o objetivo é mostrar a sua determinação em desafiar os Estados Unidos e o Reino Unido, que lideraram os ataques aéreos contra alvos das milícias iemenitas em resposta aos assaltos dos rebeldes a navios comerciais no Mar Vermelho.

Os Huthis têm afirmado que os seus ataques têm como objetivo pressionar Israel para parar a sua ofensiva em Gaza e ali permitir a entrada de alimentos e medicamentos.

O chefe tribal Huthi responsável pela campanha de mobilização, Dhaifullah Rassam, afirmou à EFE que milhares de pessoas estão a chegar aos campos de treino.

"Os iemitas estão a acorrer em massa aos cursos de preparação militar e a cada dia o número de voluntários está a aumentar", garantiu Rassam, que indicou que os desfiles como o de hoje servem para demonstrar ao "inimigo" que se preparam para uma "grande batalha".

"Não só para defender o Iémen, mas para defender a 'ummah' (nação, em árabe) e libertar os grilhões dos Estados Unidos, do Reino Unido e de Israel desta pura terra árabe e libertar os lugares sagrados com a permissão de Alá", concluiu.

Os Huthis, apoiados pelo Irão, que controlam desde 2015 a capital iemenita, Saná, e outras zonas do norte e oeste do país, lançaram vários ataques contra navios com alguma ligação a Israel, na sequência da ofensiva militar israelita contra a Faixa de Gaza, iniciada após ataques do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), a 07 de outubro de 2023.

Os ataques de outubro resultaram na morte de mais de 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados de autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel prometeu destruir o Hamas, que tomou o poder em Gaza em 2007, e lançou uma ofensiva que deixou mais de 27.500 mortos no território palestiniano, a grande maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, um movimento classificado como terrorista pela União Europeia e pelos EUA.

Leia Também: Hutis reivindicam ataques a navios norte-americano e britânico

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