"No dia 07 de fevereiro, cerca das 21h00, hora de Saná (18h00 em Lisboa), as forças [norte-americanas] conduziram ataques de autodefesa contra dois sistemas móveis de mísseis anti-navio prontos a serem lançados contra navios no Mar Vermelho", declarou o comando militar norte-americano para o Médio Oriente (Centcom), num comunicado.
No comunicado, o Centcom acrescentou que, cerca de duas horas e meia mais tarde, as tropas norte-americanas efetuaram um segundo ataque contra um sistema móvel de mísseis de cruzeiro terra-terra pronto a ser lançado.
"O Centcom identificou estes mísseis nas zonas do Iémen controladas pelos Hutis e determinou que representavam uma ameaça iminente para os navios da Marinha dos Estados Unidos e para os navios mercantes na região", indicou o mesmo comunicado.
Na terça-feira, a agência noticiosa Saba.net, associada ao grupo iemenita xiita e pró-iraniano Hutis, reportou o que os rebeldes pensavam ser novos ataques conduzidos pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido na província ocidental de Hodeida.
De acordo com a Saba.net, os ataques tiveram como alvo a zona de Ras Issa, na cidade de Souleif, e um funcionário de uma refinaria da zona disse à agência noticiosa France-Presse (AFP) ter ouvido duas explosões.
Desde novembro, os rebeldes iemenitas têm atacado repetidamente navios no Mar Vermelho e no Golfo de Áden devido à ofensiva de Israel na Faixa de Gaza contra o grupo islamita palestiniano Hamas, focando maioritariamente as suas operações contra embarcações israelitas ou com ligações a Israel.
Os ataques dos rebeldes iemenitas obrigaram muitos armadores a suspender a passagem por esta zona, que movimenta cerca de 12% do comércio mundial.
Em resposta, Washington, que voltou a colocar os Hutis na lista de entidades "terroristas", criou em dezembro uma coligação multinacional para proteger o tráfego marítimo na região.
Uma vez que esta coligação não conseguiu, até agora, pôr termo às incursões dos Hutis, as forças norte-americanas e britânicas, que tinham ameaçado atacar as posições dos rebeldes caso estes não acabassem com as manobras, efetuaram vários ataques no Iémen desde meados de janeiro.
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