Num encontro com responsáveis iranianos e embaixadores de países muçulmanos em Teerão, Ali Khamenei sustentou que "a tragédia em Gaza é a tragédia da humanidade", acrescentando que a atual ordem mundial "não durará".
"A tragédia em Gaza é a tragédia da humanidade e mostra que a atual ordem mundial está totalmente errada e não vai durar e será destruída", afirmou.
Khamenei sublinhou que os Estados Unidos, o Reino Unido, outros países e os respetivos apoiantes "estão por trás das mãos criminosas e sangrentas do regime sionista [numa referência a Israel]", o que, afirmou, "torna claro que a atual ordem mundial é inválida e insustentável".
O líder supremo do Irão, citado por uma fonte do seu gabinete, afirmou ainda que os ataques de Israel a hospitais e "a morte de quase 30.000 pessoas em Gaza" são "uma vergonha para a cultura e a civilização ocidentais".
"Por trás destes crimes estão o dinheiro, as armas e a ajuda política dos Estados Unidos, como os próprios sionistas admitiram. Não podem viver um dia sem as armas norte-americanas", disse Khamenei, antes de sublinhar que as potências ocidentais devem afastar-se do conflito para que seja possível encontrar uma solução.
O líder supremo iraniano reiterou o apelo a todos os países para que cortem os laços económicos com Israel e afirmou que "é dever das nações" pressionar os Governos para que o façam rapidamente.
Para Khamenei, estas decisões estão em linha com o "amplo boicote aos produtos israelitas" devido à ofensiva em Gaza.
Irão e Israel estão envolvidos num clima de confrontação há vários anos.
Telavive acusa Teerão -- que nega - de querer adquirir a bomba atómica para fins militares, com os israelitas a assumirem abertamente que pretendem impedir tal avanço e contrariar a influência dos iranianos na região do Médio Oriente.
O Irão, por sua vez, acusa Israel de estar por detrás de uma série de sabotagens e assassínios que visam o programa nuclear iraniano.
Israel lançou uma ofensiva em Gaza depois de ter sofrido um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas, em 07 de outubro de 2023, que provocou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns.
Desde então, foram mortas mais de 27.800 pessoas na Faixa de Gaza, segundo o Hamas, que controla o enclave palestiniano desde 2007.
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