"Lembre-se que quando era Presidente dos Estados Unidos, (criticar a falta de investimento pelos europeus nos gastos militares na NATO) foi uma das principais mensagens de Trump", sublinhou hoje o porta-voz de Vladimir Putin, Dmitri Peskov.
Presidente norte-americano de 2017 a 2021, Donald Trump critica há vários anos os aliados da NATO por não cumprirem os seus compromissos em termos de gastos militares, instando-os a atingir o objetivo de 02% do seu Produto Interno Bruto (PIB).
"Na verdade, repetiu (o montante de) 02% em diversas ocasiões. Portanto, não há nada de novo na sua abordagem ao problema", afirmou Peskov, quando questionado sobre o assunto.
No sábado, Trump - o candidato à nomeação republicana para as eleições presidenciais norte-americanas - ameaçou encorajar a Rússia a atacar os países da Aliança Atlântica cujos gastos com defesa fossem insuficientes, durante um comício na Carolina do Norte.
O antigo chefe de Estado norte-americano referiu que terá sido confrontado pelo Presidente de um país da NATO sobre a ameaça de deixar um dos Estados-membros ser atacado se estivessem em incumprimento dos objetivos de contribuições financeiras para Aliança Atlântica.
"Um dos presidentes de um dos grandes países levantou-se e disse: 'Bem, senhor [Trump], se não pagarmos e formos atacados pela Rússia, vai defender-nos?'", contou Trump perante apoiantes.
E terá respondido: "Não, não vou proteger-vos mais. Aliás, vou encorajá-los a fazerem o que quiserem convosco. Vocês têm de pagar as dívidas que têm".
o Partido Republicano está a bloquear a ajuda militar para a Ucrânia, situação que é suficiente para satisfazer a Rússia, que atualmente está numa posição de força no campo de batalha.
As observações de Trump suscitaram forte indignação entre os líderes ocidentais, que apontam para as ambições imperialistas de Putin, mesmo que esse último negue querer atacar qualquer país europeu que não seja a Ucrânia.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, denunciou os comentários "idiotas" e "indignos" do seu antecessor, enquanto o chanceler alemão, Olaf Scholz, considerou-os "irresponsáveis" e "perigosos".
"Os ucranianos conseguiram infligir pesadas perdas à marinha russa no Mar Negro", declarou hoje o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, referindo-se a "um grande sucesso" para as forças ucranianas.
Na quarta-feira, o exército ucraniano afirmou ter "destruído" o navio de guerra russo Caesar Kunikov na costa do sul da Crimeia, uma península ucraniana anexada pela Rússia.
O secretário-geral da NATO indicou também que 18 dos 31 países da NATO atingirão a meta de 2% do PIB em despesas militares nesse ano.
Stoltenberg falou à imprensa antes de uma reunião dos ministros da Defesa da NATO em Bruxelas.
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