"Se for confirmado, isto será mais um sinal da brutalidade de [Vladimir] Putin. Seja qual for a história que contem, vamos deixar claro que a Rússia é responsável", disse Kamala Harris no início do seu discurso na Conferência de Segurança de Munique, na qual, lembrou a mulher do opositor russo, Yulia Navalnaya.
"Esta é uma notícia terrível que estamos a trabalhar para confirmar", acrescentou o vice-Presidente norte-americana sobre o anúncio da morte do líder da oposição russa, repentinamente na prisão do Ártico onde estava a cumprir pena desde dezembro passado, segundo os serviços prisionais da Rússia.
Navalny, que regressou ao seu país natal em 2021 depois de ter sido envenenado pelo Serviço de Segurança Federal no ano anterior, segundo os seus aliados, cumpria uma pena de quase 30 anos de prisão por vários crimes relacionados com a sua atividade política.
O secretário de Estado dos Estados, Antony Blinken, também se referiu hoje ao desaparecimento de Navalny a partir de Munique, antes de se reunir com o seu homólogo indiano, Subrahmanyam Jaishankar.
"Durante mais de uma década, o Governo russo de Putin, perseguiu, envenenou e prendeu Alexei Navalny, e agora a sua morte é noticiada", afirmou o máximo representante da diplomacia norte-americana.
Se as notícias forem precisas, acrescentou, "a sua morte numa prisão russa e a fixação e o medo de um homem apenas sublinham a fraqueza e a podridão no coração do sistema que Putin construiu".
"A Rússia é responsável por isto. Falaremos com muitos outros países preocupados com Alexei Navalny, e especialmente se estes dados se revelarem verdadeiros", observou.
A guerra da Rússia contra a Ucrânia foi um dos assuntos essenciais do discurso de Kamala Harris, no qual afirmou que o mundo se uniu, "com a liderança dos Estados Unidos", para "defender os princípios básicos da soberania e da integridade territorial e para prevenir um autoritário imperialista de subjugar um povo livre e democrático."
"Não se enganem: a guerra de Putin já foi um completo fracasso para a Rússia. A Ucrânia recuperou mais da metade do território que a Rússia ocupava no início do conflito, graças em parte a um fornecimento massivo de armas americanas e europeias", disse Kamala Harris.
As autoridades russas anunciaram hoje a morte de Navalny, aos 47 anos, numa colónia penal no Ártico para onde tinha sido transferido em dezembro, depois de ter estado numa prisão na região de Vladimir, a menos de 200 quilómetros de Moscovo.
A equipa de Navalny ainda não confirmou a morte do dissidente.
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