"Vamos fazer ouvir as suas vozes para nos opormos a este projeto colonial. [Vamos] apoiar em alto e bom som o povo palestiniano e a criação de um Estado palestiniano como membro pleno das Nações Unidas", disse Abbas na abertura da 37.ª Cimeira ordinária da UA.
O líder da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) pediu assim aos países africanos que exijam a entrada de mais ajuda humanitária na Faixa de Gaza e que Israel permita o restabelecimento de água e eletricidade aos seus hospitais.
"O mundo precisa de reconhecer o Estado da Palestina. (...) Só assim a paz na região será possível -- para a Palestina, para os povos árabes e para o resto do mundo", acrescentou.
O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abulgeit, que também participou na abertura da cimeira, identificou o conflito em Gaza como um fracasso da comunidade internacional, que despertou a voz do sul global.
"Esta guerra mostrou o fracasso do mundo em detê-la, apesar de ter sido rejeitada pela opinião internacional", disse Ahmed Abulgeit.
O secretário-geral da Liga Árabe, observou porém que a guerra, por outro lado, "despertou a voz do sul global e uniu vozes que apoiam os direitos palestinianos e rejeitam a colonização".
O responsável agradeceu aos países africanos o apoio que muitos deles têm demonstrado ao povo palestiniano e pediu que esta pressão continue a forçar a criação de Estado palestiniano.
"Essa é a única solução racional para o conflito", concluiu.
A guerra foi desencadeada por um ataque do Hamas, em 07 de outubro, contra o sul de Israel, que causou a morte a mais de 1.160 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP a partir de dados oficiais israelitas.
Em represália, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que fez 28.775 mortos, na grande maioria civis, segundo o mais recente balanço, divulgado na sexta-feira pelo Ministério da Saúde do Hamas.
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