"Enquanto meu coração bater no peito, lutarei contra a tirania. Enquanto eu viver, não temerei o mal. E enquanto eu respirar, estarei com o meu povo. Eu juro", afirmou Ilya Yashin numa carta hoje divulgada nas redes sociais por pessoa próximas.
Yashin declarou estar convencido que Vladimir Putin ordenou o assassínio de Alexei Navalny.
"Ele não apenas o matou, ele matou-o de forma demonstrativa. Especialmente antes das eleições (presidenciais na Rússia, em meados de março) para que ninguém duvide do envolvimento de Putin", disse o opositor.
"No entendimento de Putin, é assim que o poder se afirma: com assassínio, crueldade e vingança reveladora. Esse pensamento não é de um estadista, é de "um líder de um gangue", sublinhou Yashin.
Ativista da oposição russa desde o início dos anos 2000, tal como Alexei Navalny, Yashin era amigo de longa data deste último.
"Alexei ficará para a história como um homem de coragem excecional, que seguiu em frente com as suas convicções. Avançou, desprezando o medo e a morte. Avançou com um sorriso e erguendo a cabeça com orgulho. E morreu como um herói", disse Yashin.
"Putin continuará a ser um homem pequeno que obteve imenso poder por acaso", referiu.
"A dor e o medo são insuportáveis. Mas, apesar de tudo, não ficarei calado", escreveu Yashin na carta.
Ilya Yashin também foi amigo próximo e colaborador de outro grande opositor de Vladimir Putin, Boris Nemtsov, assassinado em Moscovo em 2015.
Em abril de 2023, Ilya Yashin, 40 anos, foi condenado em recurso a oito anos e meio de prisão por ter denunciado "o assassínio de civis" na cidade ucraniana de Bucha, perto de Kiev, onde o exército russo foi acusado de vários crimes, que Moscovo nega. Em novembro, Yashin foi transferido para uma prisão em Safonovo, perto da cidade de Smolensk, no oeste da Rússia.
Alexei Navalny morreu a 16 de fevereiro, aos 47 anos, numa prisão do Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos.
Os serviços penitenciários da Rússia indicaram que Navalny se sentiu mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.
Destacados dirigentes ocidentais, a família e apoiantes do opositor responsabilizam o presidente russo, Vladimir Putin, pela sua morte.
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