"Acredito que a visita se realizará em breve. Temos reiterado continuamente o nosso convite. Já na nossa última declaração manifestámos, mais uma vez, este desejo de receber o Santo Padre no país", disse Yurash, numa entrevista hoje divulgada pelo canal de televisão Skytg24.
"Estamos conscientes de que, mais cedo ou mais tarde, o Papa se mostrará disposto a fazer uma visita, o que, para a Ucrânia, será algo extremamente importante", acrescentou.
O embaixador referiu ainda que o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, também se manifestou a favor da organização desta viagem.
Na véspera de se completarem dois anos do início da guerra na Ucrânia, o embaixador garantiu que a população sente a proximidade do Papa e que o pontífice "tem arranjado sempre forma de mostrar o seu apoio", nomeadamente quando envia mensagens durante as audiências gerais.
Andrii Yurash sublinhou também que o apoio humanitário do Vaticano é muito importante e observou que a Santa Sé continua a trabalhar no regresso das quase 100.000 crianças ucranianas levadas para a Rússia e Bielorrússia.
O embaixador lembrou que Francisco nomeou o cardeal Matteo Zuppi para ser o responsável por seguir o conflito e especialmente pelo regresso das crianças, sublinhando que aquele responsável do Vaticano "está a fazer grandes esforços".
"Acredito que a Santa Sé não se limita apenas a fazer declarações a pedir a paz, está mesmo a trabalhar de forma concreta", acrescentou o embaixador.
O representante do Papa visitou no ano passado Moscovo, Kyiv, Washington e Pequim numa tentativa de mediar a guerra, mas sobretudo para fins humanitários e para pedir o regresso das crianças ucranianas, mas os seus esforços não produziram até agora quaisquer resultados.
Francisco deixou claro em várias declarações que está disposto a ir a Kyiv se também puder visitar Moscovo.
A guerra na Ucrânia teve início em 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia lançou uma ofensiva militar com o argumento de que queria defender os territórios pró-russos e eliminar o nazismo no país vizinho.
A ofensiva militar russa provocou a crise de segurança mais grave da Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kyiv e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
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