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Candidato a líder da Interpol quer organização mais proativa e inclusiva

O candidato britânico a secretário-geral da Interpol, Stephen Kavanagh, assumiu hoje que o Reino Unido valoriza mais a organização depois do 'Brexit', ambicionando tornar a estrutura policial mais proativa e mais inclusiva em termos de parcerias externas.

Candidato a líder da Interpol quer organização mais proativa e inclusiva
Notícias ao Minuto

17:36 - 23/02/24 por Lusa

Mundo Stephen Kavanagh

"Penso que foi uma chamada de atenção para o Reino Unido, porque os danos que estão a ser emitidos a partir do Reino Unido e que estão a ser sentidos pelo Reino Unido são frequentemente provenientes de fora da UE [União Europeia], de fora da Europa", disse hoje durante um encontro com um grupo de jornalistas estrangeiros, entre os quais a agência Lusa.

Kavanagh afirmou que existe uma "maior consciencialização, seja quando se trata de combatentes terroristas estrangeiros ou de indivíduos que querem traficar droga (...), do que a Interpol [Organização Internacional de Polícia Criminal] consegue fazer".

Desde a saída do Reino Unido da UE (processo conhecido como 'Brexit'), no final de 2020, que o país deixou de ter acesso a bases de dados como o Sistema de Informação Schengen que permitia à polícia britânica obter informações em tempo real sobre movimentos de criminosos, pessoas desaparecidas e suspeitos. 

O britânico, que é atualmente diretor executivo dos Serviços Policiais da Interpol, quer melhorar e modernizar a capacidade da organização apostando em parcerias com empresas de tecnologia e com académicos. 

"As forças da lei não podem continuar a funcionar sozinhas. Precisam de análise. Precisam das bases de dados devidamente geridas. Precisam dos conhecimentos especializados de outros setores da indústria. Para isso, temos de nos certificar de que a Interpol é verdadeiramente inclusiva", defendeu.

Stephen Kavanagh é candidato à sucessão do alemão Jürgen Stock, que foi nomeado pela primeira vez em 2014 e termina em novembro o segundo mandato. 

Os outros concorrentes são o brasileiro Valdecy Urquiza, o zambiano Mubita Nawa e o paquistanês Faisal Shahkar.

O candidato britânico desvalorizou o facto de ser o único ocidental, afirmando-se como um "candidato internacional".

"A minha experiência é comparável à de qualquer um dos outros candidatos em termos dos valores que demonstrei ao longo de muitos anos, e penso que é isso que os países membros vão procurar nos próximos cinco, dez anos: que currículo tenho, que experiência tenho, há quanto tempo exerço funções executivas", sublinhou.

O processo de seleção do próximo secretário-geral da Interpol começou oficialmente em julho de 2023 com um convite à apresentação de candidatos, cujo prazo terminou em 31 de janeiro.

Segue-se um processo de seleção de finalistas, os quais serão entrevistados no segundo trimestre deste ano. 

O Comité Executivo vai decidir qual o candidato que indicará para nomeação, sendo o escrutínio feito por voto secreto na 92.ª Assembleia-Geral em Glasgow, em novembro, e o resultado determinado por maioria simples. 

O secretário-geral da Interpol é nomeado para um mandato de cinco anos, que pode ser renovado uma vez.

A organização internacional de cooperação policial sediada em Lyon, França, foi fundada em 2023 em Viena por 20 países e em 100 anos cresceu para 196 membros.

As 19 bases de dados da Interpol contêm mais de 126 milhões de processos policiais nas quais são feitas 20 milhões de buscas diárias, ou seja, 250 buscas por segundo.

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