"Nove dias desde que Putin matou o meu marido (...), mas acontece que matar não foi suficiente, agora ele tomou os seus restos mortais como reféns, humilhando a sua mãe para a forçar a aceitar um enterro secreto", disse a viúva do principal opositor de Putin, com voz trémula, num vídeo online.
"É Putin (...) quem dá as ordens: 'Não o devolvam, pressionem a mãe, quebrem-na, digam-lhe que o corpo do filho está a decompor-se'", continuou.
Há mais de uma semana que Liudmila Navalnaya, a mãe do líder da oposição morto, tenta recuperar os restos mortais do seu filho, que morreu em 16 de fevereiro numa prisão numa região remota do Ártico onde Navalny estava detido.
Segundo a mãe de Navalny, as autoridades impuseram a condição de que o enterro fosse secreto. Segundo observadores, o Kremlin receia que o funeral se torne um acontecimento público, especialmente porque a Rússia deverá realizar eleições presidenciais em meados de março, nas quais se espera que Vladimir Putin volte a triunfar.
"Torturaram-no quando ele estava vivo e agora torturam-no depois de morto", disse Liudmila Navalnaya.
O presidente russo não reagiu à morte do seu principal crítico, que cumpria uma pena de prisão de 19 anos e tinha sobrevivido a um envenenamento.
Desde a invasão da Ucrânia, há dois anos, o Kremlin aumentou a repressão contra todos os seus críticos.
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