ONU realça que Guerra em Gaza pode levar a um conflito mais amplo

O Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos declarou hoje recear que a guerra na Faixa de Gaza possa levar "a um conflito muito mais amplo", durante uma intervenção diante do Conselho de Segurança da ONU.

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Lusa
04/03/2024 10:56 ‧ 04/03/2024 por Lusa

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ONU

"Estou profundamente preocupado porque qualquer faísca neste barril de pólvora pode levar a um conflito muito mais amplo", afirmou Volker Türk, acrescentando que "isto teria implicações para todos os países do Médio Oriente e para muitos outros".

No seu discurso, onde apresentou o panorama mundial das principais violações dos direitos humanos, Türk afirmou que a guerra entre Israel e o Hamas já está a produzir efeitos regionais: no Líbano e no Iémen.

"A escalada militar no sul do Líbano entre Israel, o Hezbollah e outros grupos armados é extremamente preocupante", sublinhou Türk, relatando que os confrontos já provocaram 200 mortes no Líbano.

"Os incidentes em que civis, incluindo crianças, paramédicos e jornalistas foram mortos durante ataques devem ser investigados exaustivamente", exigiu, lembrando que cerca de 80 mil israelitas também foram deslocados das zonas fronteiriças de Israel.

"É imperativo fazer todo o possível para evitar um conflito mais amplo", insistiu o Alto-Comissário.

Segundo o Alto-Comissário da ONU, os rebeldes Huthis estão a perturbar o comércio marítimo global e a provocar o aumento dos preços de vários produtos ao lançar mísseis contra os navios no Mar Vermelho em apoio ao Hamas, gerando "um impacto particularmente significativo nos países em desenvolvimento".

"Existe um sério risco que o conflito se alastre ao próprio Iémen, com consequências potencialmente graves para a população iemenita, que já sofre com a crise humanitária gerada por uma década de guerra", referiu.

Os Estados Unidos e o Reino Unido bombardearam repetidamente locais de lançamento de mísseis dos Huthis no Iémen para eliminar as armas que visam a navegação comercial.

O ataque do grupo islamita Hamas a Israel em 7 de outubro causou a morte de cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, de acordo com as autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel prometeu a aniquilar o Hamas e as suas operações militares na Faixa de Gaza já causaram a morte de mais de 30 mil pessoas, a grande maioria destas mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

Leia Também: Pelo menos 124 mortos e 210 feridos nas últimas 24 horas na Faixa de Gaza

 

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