Israel acusa agência da ONU de empregar "mais de 450 terroristas"

O Exército israelita acusou hoje Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) de empregar "mais de 450 terroristas" e divulgou alegadas gravações de dois funcionários, em que descrevem a sua participação no ataque do Hamas contra Israel.

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© Saeed Qaq/Anadolu via Getty Images

Lusa
04/03/2024 20:01 ‧ 04/03/2024 por Lusa

Mundo

UNRWA

O comunicado das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), é acompanhado das gravações, sendo que uma destas corresponde alegadamente à voz de Yusef Zidan Suleiman al Hawajara, que Israel identifica como professor de árabe numa escola da UNRWA em Deir al Balah, no centro da Faixa de Gaza.

Na conversa, este homem descreve a sua entrada em território israelita e afirma que capturou mulheres israelitas, noticiou a agência Efe.

O outro áudio corresponde alegadamente a Mamduh Hasin Ahmed Alkali, identificado como professor primário da UNRWA em Khan Yunis, região no sul do enclave palestiniano onde o Hamas tem um reduto. Na sua conversa diz que está dentro do território israelita.

De acordo com o Exército, os serviços de informações determinaram que a UNRWA "emprega mais de 450 membros de organizações terroristas na Faixa de Gaza, principalmente o Hamas", e que estes grupos "exploram rotineiramente organizações de ajuda internacional para fins terroristas".

Para o porta-voz do Exército israelita, Daniel Hagari, a colaboração dos funcionários da UNRWA com o Hamas não é um acontecimento isolado, mas um padrão.

Os ataques sem precedentes do movimento islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro em Israel resultaram na morte de cerca de 1.200 pessoas, sendo que outras 250 foram sequestradas.

Segundo Israel, 130 reféns continuam detidos em Gaza, sendo incerto quantos estão ainda vivos, quase cinco meses depois do ataque do Hamas e do início da resposta israelita no enclave, com bombardeamentos e incursões terrestres.

Em janeiro, Israel acusou a UNRWA de ter pelo menos 12 funcionários que participaram no ataque.

A agência da ONU rescindiu imediatamente os seus contratos e abriu uma investigação, mas antes mesmo de obter os resultados, 18 países anunciaram a suspensão do seu financiamento à agência da ONU, incluindo alguns dos seus principais doadores como os Estados Unidos, Canadá, Alemanha ou Japão.

A UNRWA, que tem cerca de 30.000 funcionários, é o principal fornecedor de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, enclave devastado após cinco meses de guerra que resultaram em mais de 30.500 mortos, 72.000 feridos, 7.000 desaparecidos - 70% dos quais crianças e mulheres -- e dois milhões de pessoas deslocadas que sobrevivem a uma crise humanitária sem precedentes, de acordo com dados das autoridades locais.

As Nações Unidas têm apontado que, até agora, Israel não partilhou quaisquer provas das suas acusações com os investigadores ou com a UNRWA.

Esta agência da ONU acusou hoje as autoridades israelitas de terem cometido atos de tortura contra alguns dos seus funcionários na Faixa de Gaza, segundo um comunicado enviado à agência France-Presse (AFP).

"Alguns dos nossos funcionários relataram às equipas da UNRWA que foram forçados a fazer confissões sob tortura e maus-tratos", enquanto foram "questionados sobre as relações entre a UNRWA e o Hamas e sobre o envolvimento no ataque de 07 de outubro contra Israel", destacou a agência.

Também hoje Israel convocou o seu embaixador junto das Nações Unidas, após o que disse ser uma "tentativa de silenciar o grave relatório" da ONU "sobre as violações em massa" cometidas pelo grupo islamita Hamas nos ataques de 07 de outubro.

O chefe da diplomacia israelita, Israel Katz, criticou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, por não ter convocado o Conselho de Segurança, "face a estas conclusões", com o objetivo de declarar o movimento islamita palestiniano "uma organização terrorista" e "impor sanções aos seus apoiantes".

Leia Também: Israel chama embaixador após "tentativa de silenciar" violações do Hamas

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