O porta-voz militar dos rebeldes, Yahya Sarea, sublinhou em comunicado que os insurgentes "realizaram uma operação contra o navio israelita MSC SKY no mar Arábico com vários mísseis navais adequados".
Sarea frisou que o ataque "foi preciso e direto".
A agência da Marinha britânica (UKMTO) tinha adiantado antes que um navio de bandeira liberiana pertencente a uma empresa israelita sofreu danos num ataque com mísseis, quando navegava a sudeste da cidade de Aden (sul do Iémen).
Por seu lado, a empresa de segurança britânica Ambrey reportou que "um navio de pavilhão liberiano associado a Israel" foi atacado a cerca de 88 milhas náuticas (cerca de 163 quilómetros) a sudeste de Aden.
"A embarcação foi atingida e emitiu um sinal de alarme. Ainda não foi confirmado se o navio foi atingido diretamente ou se sofreu danos devido a explosões próximas", referiu o comunicado da Ambrey, especificando que o navio, cujo nome não foi revelado, é operado pela empresa israelita ZIM Integrated Shipping Services.
A Ambrey referiu ainda que o navio estava a operar numa rota entre Singapura e Djibuti, acrescentando que "continuou a transmitir o seu sinal do Sistema de Identificação Automática (AIS) após o incidente".
Apoiados pelo Irão, os rebeldes xiitas Hutis, que controlam desde 2015 a capital iemenita, Saná, e outras zonas do norte e oeste do país, têm lançado desde 19 de novembro vários ataques contra o território israelita e contra navios com qualquer ligação a Israel.
A decisão foi tomada tendo como base a ofensiva militar de Israel contra a Faixa de Gaza, lançada após os ataques do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) a 07 de outubro.
Os Hutis ameaçaram também atacar navios norte-americanos e britânicos na zona, em resposta aos bombardeamentos dos dois países no Iémen nas últimas semanas, que Washington e Londres dizem ter como objetivo impedir as operações dos rebeldes e garantir a liberdade de navegação na região.
Os ataques dos Hutis levaram muitas companhias de navegação a alterar a sua rota e a evitar esta zona por onde passa cerca de 15% do tráfego comercial mundial.
Perante os efeitos negativos no comércio mundial, os Estados Unidos e o Reino Unido lançaram uma coligação naval para proteger os navios dos ataques dos Hutis.
No final de fevereiro, o líder rebelde, Abdelmalek al-Huti, anunciou um reforço do arsenal operacional com "armas submarinas", bem como com outros mísseis que, segundo garantiu, não podem ser intercetados pelas defesas antiaéreas norte-americanas e britânicas.
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