"Pequim exerceu um elevado grau de contenção ao lidar com estas disputas", afirmou Wang Yi, numa conferência de imprensa à margem da sessão anual da Assembleia Popular Nacional, que decorre esta semana na capital chinesa.
Para Wang, os litígios devem ser "geridos corretamente" através do diálogo e da consulta, referindo que "a China e os países da ASEAN [Associação das Nações do Sudeste Asiático] devem manter a paz".
"Ao mesmo tempo, os países fora da região não devem intrometer-se ou criar problemas no mar do Sul da China", disse Wang, numa referência velada aos Estados Unidos.
"Mas é preciso ter claro que a China tomará medidas justificadas para defender os seus direitos ao abrigo da lei e responderá a qualquer provocação injustificada no mar do Sul da China com contramedidas rápidas e legítimas", acrescentou.
Na terça-feira, as Filipinas e a China acusaram-se mutuamente depois de novo embate entre navios das duas guardas costeiras numa zona disputada naquelas águas, que têm registado vários incidentes entre embarcações dos dois países nos últimos meses.
Desde que Ferdinand Marcos Jr. se tornou Presidente, no ano passado, as Filipinas, que se aproximaram da China durante a presidência de Rodrigo Duterte (2016-2022), têm procurado reforçar a aliança histórica de segurança com os Estados Unidos, especialmente face ao aumento de ações de navios chineses.
Em 2023, Manila e Washington acordaram o acesso das tropas norte-americanas a quatro bases filipinas, três das quais situadas no norte do arquipélago.
A China e as Filipinas estão em conflito sobre a soberania de várias ilhas e atóis no mar do Sul da China, que Pequim reivindica quase na totalidade por "razões históricas", disputando também territórios com Malásia, Vietname, Taiwan e Brunei.
Estas águas são uma zona estratégica através da qual circula um terço do comércio mundial, com importantes recursos pesqueiros e energéticos.
Leia Também: China considera que estratégia da UE em relação a Pequim não é "realista"