"França e a União Europeia (UE) estão ao lado da Moldova para a ajudar a cumprir o seu destino europeu", declarou Macron, numa cerimónia no Palácio do Eliseu, em Paris, onde ministros dos dois países rubricaram os acordos.
O chefe de Estado francês explicou que, com estes acordos, França contribui "no âmbito bilateral para esta ação coletiva em prol do reforço da soberania e da segurança" da Moldova e proporcionará "um quadro estável para o reforço da cooperação".
O acordo de defesa prevê a abertura "nos próximos meses" de uma missão francesa na capital moldova, Chisinau, que terá caráter permanente, para trabalhar na formação, no treino e na interoperacionalidade das Forças Armadas.
"Mais não é que uma primeira etapa que se completará com novas cooperações, por exemplo no combate à desinformação e aos ciberataques", observou Macron.
O acordo económico estabelece "um plano bilateral" que identifica projetos futuros com a intenção de os desenvolver conjuntamente.
Macron justificou estes novos instrumentos de cooperação com as consequências da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, cujas repercussões "continuam a ameaçar a estabilidade de toda a Europa e particularmente da Moldova".
A propósito, sublinhou que a Moldova "teve de enfrentar violações inaceitáveis do seu espaço aéreo por 'drones' (aparelhos não-tripulados) e mísseis russos", mas também "campanhas de desinformação" e "tentativas de ingerência que pretendem claramente dividir a sociedade moldova e minar a confiança da população nas instituições democráticas".
"A realidade democrática da Moldova, a sua aspiração a um futuro europeu, como o da Ucrânia, representa na realidade um desafio à Rússia do [Presidente] Vladimir Putin, que está a executar às suas portas um modelo diferente de doutrinação, o assassínio de opositores políticos, o revisionismo histórico, a vigilância da sociedade e a guerra imperialista contra o país vizinho", sustentou Macron.
Por sua vez, Maia Sandu agradeceu a França por ter estado ao lado da Moldova durante os dois anos de guerra na Ucrânia, enquanto o país avança no caminho "rumo à adesão à UE", um processo aberto pelos líderes dos 27 do bloco europeu no passado mês de dezembro.
A Presidente moldova advertiu de que a Ucrânia é agora "a linha da frente na batalha pela Europa", razão pela qual apelou aos Estados-membros da UE para se defenderem "enquanto europeus", vincando que "a segurança comum está em jogo na Ucrânia".
"Se não o detivermos", acrescentou, numa referência à Rússia, "o agressor prosseguirá, e a linha da frente vai aproximar-se de nós e de vós".
Por isso, instou os europeus a apresentarem-se como "uma frente unida" e insistiu em que "agora, não há nada mais urgente que ajudar a Ucrânia a deter o agressor", porque os moldovos sabem que "as ambições expansionistas do Kremlin (presidência russa) não se limitam à Ucrânia, e as ações agressivas da Rússia para minar a democracia na Moldova são disso a prova".
Estes dois acordos bilaterais em matéria de defesa e desenvolvimento económico seguem o modelo dos que vários países europeus, entre os quais França, mas também a Alemanha e o Reino Unido, assinaram com a Ucrânia.
O objetivo é fornecer um apoio concreto nestas áreas, sabendo que a adesão à UE e à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) não é possível a curto e talvez a médio prazo, especialmente na atual situação de guerra.
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