Primeiro-ministro do Chade prepara candidatura às presidenciais

O atual primeiro-ministro chadiano deverá anunciar este domingo a candidatura às eleições presidenciais, assumindo-se como o principal opositor na contenda eleitoral ao líder da junta militar que governa o Chade, o general Mahamat Idriss Déby Itno.

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Lusa
08/03/2024 18:11 ‧ 08/03/2024 por Lusa

Mundo

Chade

O partido de Masra, Os Transformadores, anunciou hoje a organização de uma "convenção popular" destinada a anunciar nomeação do candidato da coligação "Justice Égalité", Succès Masra, este domingo, na capital, N'Djamena, segundo o portal de notícias chadiano, Alwihda Info.

Masra deslocou-se recentemente aos Estados Unidos e a França, onde, numa entrevista com a TV5 Monde, na terça-feira, disse que nada na atual constituição do país o impedia de se candidatar às presidenciais, deixando no ar a possibilidade de o anunciar em breve.

Depois da morte do líder do Partido Socialista Sem Fronteiras (PSF) pelo exército chadiano em 28 de fevereiro, Yaya Dillo, num incidente que o primeiro-ministro promete esclarecer através de um "inquérito do tipo internacional", Masra é o político chadiano com maior estatuto para enfrentar Mahamat Idriss Déby Itno, líder da junta militar no poder, que anunciou a candidatura no sábado.

Masra, principal líder da oposição em todo o processo político no país desde a morte em abril de 2021 do antigo presidente chadiano Idriss Déby Itno, pai do atual líder da junta militar, regressou ao Chade em novembro, com a garantia de que não seria responsabilizado criminalmente pelas manifestações de outubro de 2022, que era acusado de organizar e das quais resultaram, pelo menos, 50 mortos, segundo dados oficiais.

No primeiro dia deste ano assumiu a liderança do Governo chadiano e do processo de transição, a convite de Mahamat Déby Itno.

Esta movimentação política, de acordo com várias analistas, calou uma das vozes mais críticas no país, que tinha até então boicotado todas as iniciativas e negociações enquadradas no processo de "diálogo nacional" levado a cabo pela junta militar.

Tanto Succès Masra como Mahamat Déby Itno sustentaram que os atores do processo de transição não deveriam candidatar-se às eleições que concluem o processo de entrega do poder do país a um Governo civil.

Leia Também: Mais de 10 mil vítimas de ex-ditador do Chade recebem 1.ªs indemnizações

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