O rapto no domingo deu início a uma das piores semanas de que há memória recente no país africano, que prosseguiu na quinta-feira com o desaparecimento de 287 estudantes e professores no estado de Kaduna.
A Nigéria é assolada há anos pelo flagelo dos raptos por grupos jihadistas e de criminosos, sobretudo desde que a organização Boko Haram raptou 276 raparigas em Chibok em abril de 2014.
A ação em Borno visou três campos de deslocados na zona de Gamboru Ngala, no noroeste do país da Árica Ocidental, perto da fronteira com os Camarões, segundo a AI, citada pela agência espanhola Europa Press.
O governador do estado de Borno, Babagana Zulum, disse na quinta-feira que o rapto em massa ocorreu quando centenas de deslocados se dirigiam para recolher lenha numa floresta próxima.
As autoridades nigerianas ainda não divulgaram o número oficial de vítimas.
O ataque de Kaduna foi perpetrado por centenas de membros de um "grupo de bandidos", como o Governo nigeriano designa as organizações criminosas baseadas no rapto e na extorsão.
O ataque visou a escola e o instituto da Autoridade Local de Educação na cidade de Kuriga e resultou no rapto de 127 alunos do ensino primário e 187 do secundário, bem como de pelo menos dois professores.
Mais de duas dezenas dos alunos da escola primária e um professor conseguiram escapar aos raptores pouco depois do assalto, informaram os funcionários da escola ao governador do Estado, Uba Sani.
A escola secundária de Kuriga tinha sido palco de ataques de bandidos em anos anteriores, pelo que as autoridades decidiram integrá-la na escola primária.
Há anos que o exército nigeriano está a levar a cabo uma campanha contra estes grupos que têm devastado comunidades inteiras no país, tendo como alvo jovens estudantes.
O Governo, para facilitar a ação militar, designou estes bandos como grupos terroristas.
As forças militares nigerianas libertaram 4.488 reféns detidos pelos "bandidos" e outros grupos em 2023, que também resultaram na morte de 6.880 elementos criminosos e na detenção de 6.790.
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