A criação de um conselho presidencial de transição é apoiada pela Comunidade das Caraíbas (Caricom), pela ONU e pelos Estados Unidos, como parte de um acordo para a saída da crise, alcançado na passada segunda-feira, que levou à demissão do primeiro-ministro Ariel Henry.
O acordo "não será fácil de implementar, mas temos de o apoiar, porque é uma oportunidade histórica para o Haiti sair da crise com uma fórmula inclusiva, que engloba a maioria das forças da cena política haitiana", afirmaram as fontes diplomáticas francesas, não identificadas pela agência de notícias francesa.
"Podemos apoiar, mas não podemos decidir pelos haitianos. Queremos que o povo haitiano organize eleições rapidamente", acrescentaram.
De acordo com Paris, houve um "consenso geral" na reunião de Kingston "para não incluir neste Conselho Presidencial pessoas que tenham sido condenadas, acusadas ou que estejam sob sanções internacionais".
O Haiti está mergulhado numa situação de anarquia virtual, com áreas inteiras do país e cerca de 80% da capital nas mãos de bandos armados, que praticam atos de violência, incluindo assassinatos, violações e raptos para obtenção de resgate.
A Presidente de Honduras, Xiomara Castro, pediu hoje à Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) para que atue "de forma imediata e eficiente" em resposta à crise de violência no país, que "ameaça a paz regional", rejeitando em simultâneo qualquer "ação militar" no país caribenho.
"Exorto-vos, presidentes e primeiros-ministros da CELAC, a agir imediata e eficazmente em resposta aos acontecimentos que o povo haitiano está a sofrer e que ameaçam a paz regional", afirmou Castro, citada num comunicado hoje divulgado.
Sem presidente nem parlamento desde o assassinato do último chefe de Estado, Jovenel Moïse, em 2021, o Haiti não tem eleições desde 2016.
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