Segundo um relatório conjunto hoje divulgado da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Gabinete Central de Estatísticas palestiniano, desde a eclosão do conflito, em 07 de outubro, até 31 de janeiro, foram perdidos 201 mil empregos na Faixa de Gaza, o equivalente a quase dois terços do emprego total no enclave.
A guerra entre Israel e o movimento palestiniano também atingiu duramente o mercado de trabalho na Cisjordânia, onde cerca de 306 mil postos de trabalho, ou pouco mais de um terço do emprego total, foram extintos no mesmo período.
Segundo o relatório, a taxa de desemprego anual em ambos os territórios disparará para 42,7% se a violência continuar durante o primeiro trimestre de 2024, um valor que atingirá 45,5% caso o conflito se prolongue durante todo o primeiro semestre.
Além disso, a continuação das hostilidades até junho contrairia o Produto Interno Bruto (PIB) combinado em mais 15%, depois de já ter provocado uma queda da atividade económica de 80% na Faixa de Gaza e de 22% na Cisjordânia durante os primeiros três meses da guerra.
"Além das perdas humanas devastadoras e catastróficas, e com o povo de Gaza à beira da fome em massa, a guerra também causou uma crise económica e social sem precedentes no Território Palestiniano Ocupado" da Cisjordânia, alertou o diretor da OIT para os Estados Árabes, Ruba Jaradat.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada em 07 de outubro com um ataque em solo israelita do movimento islamita palestiniano Hamas, que deixou 1.163 mortos, na maioria civis, levando ainda cerca de 250 reféns, dos quais 130 dos quais permanecem em cativeiro no enclave.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra total para erradicar o Hamas, tendo sido mortas nas operações militares em grande escala mais de 30 mil pessoas, na maioria mulheres e crianças, de acordo com as autoridades locais, controladas pelo grupo palestiniano.
O conflito, que ameaça alastrar a várias regiões do Médio Oriente, fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.
Desde o início do conflito, foram também mortos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental mais de 400 palestinianos pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos.
Leia Também: "Inaceitável". Israel está a usar fome "como arma de guerra", diz Borell