"Será oficialmente cancelada em junho mas, em termos práticos, já foi cancelada, fomos expulsos", afirmou Josep Borrell numa conversa com um grupo de jornalistas, recordando que a atividade da missão, em dezembro passado, foi ditada pela junta militar no poder no país, após um golpe de Estado.
Na conversa, o responsável da União Europeia passou em revista os dois anos de vigência da estratégia de defesa da UE, conhecida como Bússola Estratégica, que inclui um vasto leque de medidas para reforçar a segurança dos 27 durante a próxima década.
Neste período, a UE lançou nove missões e operações, sendo a mais recente a operação naval Aspides, no Mar Vermelho, para salvaguardar a liberdade de navegação, mas também outras na Arménia, na Moldávia e no Golfo da Guiné.
No entanto, também teve de "cancelar missões no Sahel e retirar pessoas da missão de aconselhamento civil e policial no Níger", lamentou Borrell.
"Tivemos de fazer um certo esforço para retirar toda a gente e não correr o risco de alguém ser feito refém", realçou.
Em dezembro passado, a junta militar do Níger, no poder desde julho último, denunciou o acordo que estabelecia a base jurídica para o destacamento da missão EUCAP Sahel Níger e para a cooperação militar EUMPM no país.
A UE tinha suspendido toda a cooperação em matéria de segurança e defesa com o Níger imediatamente após o golpe de Estado de julho contra o Presidente Mohamed Bazoum.
A EUCAP Sahel Níger formou mais de 20.000 membros das forças de segurança interna e contribuiu ativamente para o desenvolvimento da estratégia de segurança nacional do Níger.
A missão EUMPM no Níger foi concebida para apoiar o exército do país na sua luta contra o terrorismo.
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