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ONU denuncia condições de detenção "deploráveis" no Gabão

O subcomité da ONU para a Prevenção da Tortura manifestou hoje a sua preocupação com as condições "deploráveis" de detenção em locais de privação de liberdade no Gabão, numa declaração emitida após uma visita ao país.

ONU denuncia condições de detenção "deploráveis" no Gabão
Notícias ao Minuto

17:16 - 19/03/24 por Lusa

Mundo Gabão

O subcomité insta o país a "resolver urgentemente a questão da sobrelotação e das condições deploráveis das prisões e dos locais de detenção da polícia", escreve Abdallah Ounnir, que liderou a delegação de cinco pessoas que visitou o Gabão de 10 a 16 de março.

"A principal causa da sobrelotação é a utilização sistemática da prisão preventiva e a sua duração excessivamente longa (...). Os direitos fundamentais das pessoas presumivelmente inocentes são assim violados, nomeadamente pela lentidão do sistema judicial", prosseguiu.

Os peritos independentes efetuaram visitas sem aviso prévio a prisões, esquadras de polícia, postos da gendarmaria e à Direção Geral de Contraespionagem e Segurança Militar (conhecida como B2), bem como a um estabelecimento psiquiátrico e a um centro geriátrico.

Na sequência desta segunda visita, no âmbito do Protocolo Facultativo à Convenção das Nações Unidas contra a Tortura (OPCAT, na sigla em inglês), ratificado pelo Gabão em 2010, os peritos apelam ao país para que "ponha fim aos tratamentos cruéis, desumanos e degradantes das pessoas detidas".

Em 2013, o subcomité efetuou uma visita semelhante e formulou recomendações.

Onze anos depois, lamenta a "falta de aplicação de medidas para combater a sobrelotação das prisões e a impunidade dos autores de atos de tortura e maus-tratos".

O relatório com as suas "observações e recomendações sobre a prevenção da tortura e dos maus tratos e a melhoria das condições de detenção" será apresentado às autoridades gabonesas, que decidirão se o tornam público ou não.

Os Estados signatários do OPCAT comprometem-se a criar um Mecanismo Nacional de Prevenção (MNP) através de um organismo nacional independente responsável pelo controlo regular dos locais de detenção.

O organismo de prevenção da tortura das Nações Unidas congratula-se, no entanto, com o facto de a Comissão Nacional dos Direitos do Homem (CNDH) ter sido designada para este papel num projeto de lei descrito como "iminente".

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