"Até ao momento, as tropas mataram cerca de 90 terroristas na zona" do Hospital Al Shifa, refere hoje um comunicado militar, acrescentando que mais de 300 pessoas foram detidas e interrogadas na mesma operação.
O mesmo documento refere que "160 suspeitos foram transferidos para território israelita para posterior interrogatório".
O Exército disse ter localizado armas "na área do hospital" tendo evitado, refere, danos a "civis, pacientes e equipamento médico".
Segundo a agência noticiosa palestiniana Wafa, alguns doentes foram obrigados a abandonar o complexo e a dirigir-se ao Hospital Batista, apesar do grave estado de saúde.
Os jornalistas no local foram detidos, amordaçados e despidos, noticiou a estação de televisão Al Jazeera na segunda-feira.
A Wafa referiu ainda a existência de famílias "sitiadas" por fortes bombardeamentos no bairro de al-Rimal, perto do hospital, afirmando que pelo menos 20 pessoas foram mortas em bombardeamentos israelitas contra um edifício residencial a oeste da cidade de Gaza.
Fontes do Hamas em Gaza também relataram durante a noite um ataque que fez pelo menos 24 mortos e dezenas de feridos.
Tratou-se de mais um ataque contra camiões de distribuição de ajuda perto da rotunda do Kuwait, onde já se registaram pelo menos quatro situações semelhantes.
"O Exército de ocupação criminoso cometeu um massacre hediondo e traiçoeiro contra os comités de proteção popular, que foram formados através de uma iniciativa popular e nacional de voluntários para proteger os comboios de ajuda e distribuí-los através de um sistema que garanta a sua entrega segura e digna aos cidadãos da Faixa de Gaza", denunciaram hoje as fações palestinianas num comunicado divulgado nas redes sociais.
"As províncias (da Cidade de Gaza) e o norte (do enclave), em particular, estão sob cerco e guerra de fome pela ocupação", acrescentaram.
Se for considerado o número total de vítimas das últimas horas, mais de 31.800 pessoas já foram mortas em 166 dias de guerra em Gaza, mais de 70% das quais são mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo governo do Hamas.
Metade da população de Gaza, ou seja, 1,1 milhões de pessoas, sofre de "insegurança alimentar catastrófica", que atinge 70% da população no norte, onde "a fome é iminente", segundo um relatório da ONU.
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