Blinken defende "cessar-fogo" em Gaza com libertação de reféns israelitas

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, defendeu hoje no Cairo que um cessar-fogo em Gaza terá de estar ligado à libertação dos reféns raptados durante o ataque do Hamas a Israel, a 07 de outubro.

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Lusa
21/03/2024 19:17 ‧ 21/03/2024 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

No Cairo, Blinken reuniu-se hoje com o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, para discutir formas de alcançar um cessar-fogo, antes de uma reunião com os chefes da diplomacia de cinco países árabes - Egito, Qatar, Arábia Saudita, Jordânia e Emirados Árabes Unidos.

Os chefes da diplomacia destes cinco países já apelaram conjuntamente a "um cessar-fogo completo e imediato" e à "abertura de todos os pontos de passagem entre Israel e a Faixa de Gaza", de forma a permitir a passagem da ajuda humanitária.

Paralelamente, em Doha, prosseguem as conversações para uma trégua entre representantes dos Estados Unidos, do Qatar e do Egito.

O chefe da Mossad, os serviços secretos israelitas, David Barnea, e o chefe da CIA, William Burns, deverão reunir-se sexta-feira em Doha, anunciou o governo israelita.

Nas negociações indiretas -- Estados Unidos, Egito e Qatar estão há várias semanas a tentar mediar um acordo de cessar-fogo no conflito entre Israel e o movimento islamita Hamas, que governa a Faixa de Gaza - Blinken disse que os mediadores trabalharam com Telavive para apresentar uma "proposta forte".

"As lacunas estão a diminuir e penso que um acordo é muito possível", disse Blinken numa entrevista concedida à rede al-Hadath, na Arábia Saudita.

O Hamas rejeitou a proposta, ainda por conhecer, mas voltou a apresentar outras exigências que os mediadores estão a analisar, sublinhou o chefe da diplomacia norte-americana.

Os Estados Unidos, aliados históricos de Israel, apresentaram hoje pela primeira vez na ONU um projeto de resolução que apela a um "cessar-fogo imediato" no território palestiniano, mergulhado numa grave crise humanitária após cinco meses e meio de guerra.

A mudança de posição foi anunciada quarta-feira por Blinken na Arábia Saudita, primeira etapa da sexta digressão pelo Médio Oriente desde o início da guerra, que prosseguirá na sexta-feira em Israel.

Hoje, o Ministério da Saúde do Hamas anunciou que pelo menos 65 pessoas tinham morrido em ataques israelitas nas últimas 24 horas. Testemunhas relataram ataques no centro do território e combates em torno do hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza, no norte.

O Ministério da Saúde de Gaza elevou o número de mortos no território para cerca de 32.000 palestinianos. O ministério não faz distinção entre civis e combatentes na contagem, mas diz que as mulheres e as crianças representam dois terços dos mortos.

Uma agência das Nações Unidas alertou para o facto de "a fome estar iminente" no norte de Gaza.

Os militantes palestinianos mataram cerca de 1.200 pessoas no ataque surpresa de 07 de outubro a partir de Gaza, o que desencadeou a guerra, e fizeram reféns outras 240. Estima-se que o Hamas ainda mantém cerca de 100 pessoas como reféns, bem como os restos mortais de outros 30.

Leia Também: Blinken na Arábia Saudita para iniciar conversações para trégua em Gaza

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