A congressista da ala mais conservadora do Partido (próxima do ex-presidente Donald Trump) Marjorie Taylor Greene apresentou uma moção para destituir Johnson, durante a votação de um pacote orçamental de 1,2 biliões de dólares (cerca de um bilião de euros), para manter as agências federais em funcionamento.
A tática usada pela ala radical dos republicanos já tinha sido usada contra o anterior líder da maioria na Câmara de Representantes, Kevin McCarthy, há apenas cinco meses, quando os conservadores de extrema-direita se revoltaram devido ao seu compromisso com os democratas para evitar uma outra paralisação federal.
O porta-voz do líder republicano, Raj Shah, considera que Johnson está a ser alvo de uma cabala política encetada pelos ultra conservadores, que se recusam a reconhecer o seu esforço por preservar os valores do partido.
"O presidente da Câmara Johnson ouve sempre as preocupações dos congressistas, mas está focado em governar. (...) Ele continuará a promover uma legislação conservadora que proteja as nossas fronteiras, fortaleça a nossa defesa nacional e demonstre como aumentaremos a nossa maioria", explicou Shah.
Pelo regulamento do Congresso, qualquer membro pode apresentar uma moção de destituição, o que exige que os líderes agendem uma votação dentro de dois dias úteis.
Contudo, Johnson pode aproveitar as férias da Páscoa e esperar que os congressistas regressem aos trabalhos no próximo mês.
Nenhum líder tinha sido removido desta forma até à dramática destituição de McCarthy no outono passado, num episódio rápido e caótico que essencialmente paralisou a Câmara de Representantes durante semanas, enquanto os republicanos procuravam uma nova direção.
A congressista Greene justifica a sua decisão por Johnson ter permitido que este pacote orçamental inclua ajuda à Ucrânia na sua resistência à invasão russa.
Johnson recusou-se a submeter à votação na Câmara um pacote de segurança nacional de 95 mil milhões de dólares (cerca de 88 mil milhões de euros) aprovado pelo Senado com fundos para a Ucrânia, mas permitiu agora financiar o esforço de guerra ucraniano neste pacote orçamental.
Desta forma, a sua remoção do cargo tornará qualquer futuro voto de apoio à Ucrânia um risco potencial.
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