Foram detidas 11 pessoas suspeitas de terem estado envolvidas no atentado a uma sala de concertos nos arredores de Moscovo, na Rússia, incluindo os quatro atacantes, informou o Kremlin.
"O diretor do FSB, Bortnikov, informou Vladimir Putin sobre a detenção de 11 pessoas, todos os quatro terroristas que estiveram diretamente envolvidos no ataque terrorista", disse a assessoria de imprensa presidencial, segundo cita a agência estatal russa RIA Novosti.
Poucos minutos antes, o parlamentar Alexander Khinshtein tinha dito, no Telegram, que dois suspeitos tinham sido detidos, após uma perseguição de carro, na região de Bryansk, enquanto outros suspeitos tinham fugido a pé para uma floresta nas proximidades.
Recorde-se que após o ataque armado, que fez pelo menos 60 mortos e mais de uma centena de feridos, seguiu-se um enorme incêndio na sala, que está localizada em Krasnogorsk.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, desejou a "rápida recuperação" das vítimas e "agradeceu aos médicos", segundo disse a vice-primeira-ministra russa, Tatyana Golikova.
Recorde-se que o ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico (EI) já depois de a Ucrânia ter negado qualquer responsabilidade e os serviços secretos de Kyiv terem acusado o Kremlin de orquestrar o ataque, para culpar a Ucrânia e justificar "uma escalada" da guerra, conforme noticiou a agência France-Presse (AFP).
As forças de ordem russas afirmaram estar à procura dos agressores e as autoridades advertiram que o número de mortos "pode aumentar".
O EI, que já atacou a Rússia em várias ocasiões, afirmou na plataforma de mensagens Telegram que os combatentes do grupo "atacaram uma grande concentração (...) nos arredores da capital russa".
A organização fundamentalista afirmou que o grupo de comandos tinha depois "regressado em segurança à base".
O atentado, que os meios de comunicação social russos começaram a noticiar por volta das 20h15 de Moscovo (17h15 em Lisboa), foi levado a cabo por vários indivíduos armados.
Jornalistas da agência de notícias viram o edifício mergulhado em chamas, nuvens de fumo negro a sair do telhado e uma enorme presença policial e dos serviços de emergência.
De acordo com a televisão russa, o telhado do edifício colapsou parcialmente.
"Pouco antes de começar, ouvimos de repente várias rajadas de metralhadora e um grito terrível de mulher. Depois, muitos gritos", disse à AFP Alexei, um produtor musical que estava no camarim no momento do ataque.
De acordo com um jornalista da agência de notícias estatal Ria Novosti, pessoas camufladas invadiram a sala de espetáculos antes de abrirem fogo e lançarem "uma granada ou uma bomba incendiária".
Os serviços de emergência afirmaram que as chamas se espalharam pelos quase 13 mil metros quadrados do edifício, antes de o fogo ser contido.
O presidente da Câmara de Moscovo, Sergei Sobyanin, anunciou o cancelamento de todos os eventos públicos deste fim de semana. Os principais museus e teatros da capital também anunciaram que vão fechar as portas.
Segundo a televisão russa, foram tomadas medidas de segurança reforçadas, nomeadamente nos aeroportos de Moscovo e noutras grandes cidades do país.
[Notícia atualizada às 08h35]
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