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Tem a Rússia "no topo" da 'lista negra', mas não só. O que é o ISIS-K?

O ISIS-K, grupo afiliado do Daesh, partilha visões com 'o familiar', mas não há muito que se saiba sobre o controlo deste. Ainda assim, saiba o que é conhecido sobre o ISIS-K, que terá sido o responsável pelo ataque a um centro comercial na Rússia, na sexta-feira.

Tem a Rússia "no topo" da 'lista negra', mas não só. O que é o ISIS-K?
Notícias ao Minuto

16:37 - 25/03/24 por Notícias ao Minuto

Mundo Tiroteio em Moscovo

Ainda as chamas no Crocus City Hall não tinham sido apagadas na sexta-feira, quando o autoproclamado Estado Islâmico reivindicou o ataque ao centro comercial moscovita que matou, pelo menos, 137 pessoas.

Apesar de o grupo terrorista ter garantido desde logo que os indivíduos envolvidos no ataque estavam “em segurança”, as autoridades russas fizeram algumas detenções, tendo acusado pelo menos quatro homens do Tajiquistão de terem cometido um crime terrorista que, segundo a lei russa, pode dar até prisão perpétua. 

Até ao momento, foram detidas, no total, 11 pessoas alegadamente relacionadas com o ataque ocorrido na Rússia.

Já na sexta-feira, vários oficiais dos Estados Unidos apontaram que o ataque poderia estar relacionado com membros do ISIS-K, um grupo afiliado do Daesh.

Mas que grupo é este?

Este grupo formou-se em 2015, e está sobretudo ativo em países como o Afeganistão, Paquistão e Irão. Segundo a CNN Internacional, a relação entre o Daesh e este grupo não é completamente clara, já que apesar de estes partilharem a mesma ideologia e táticas, a ‘profundidade’ da sua relação nunca foi completamente estabelecida – ou seja, em termos de cadeias de controlo.

Em 2018, o grupo afiliado chegou mesmo a ser considerado o 4.º grupo terrorista mais mortífero, segundo uma análise feita pelo Instituto Para a Economia e a Paz a nível global. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o grupo conta com cerca de 2.200 combatentes principais baseados no Afeganistão.

O que quer o grupo? E onde ataca?

Tal como o Daesh, o objetivo do ISIS-K é criar um “Estado Islâmico puro”, com uma visão de um “califado global”.

O grupo tem ainda os Talibãs ‘na mira’, tendo o regresso deste grupo ao poder no Afeganistão, em 2021, resultado num ataque no país – que matou 170 afegãos e 13 militares norte-americanos. Segundo a imprensa norte-americana, foi, até agora, o ataque com mais consequência do grupo terrorista a nível mundial.

A animosidade entre os Talibãs e o grupo será recíproca, e o grupo jihadista atrai, de acordo com a CNN Internacional, aqueles com visões ainda mais extremistas do que os agora líderes no Afeganistão.

Para além dos Talibãs, os ataques do ISIS-K têm ainda sido dirigidos a algumas minorias afegãs, como a comunidade Hazara.

Até agora, a maioria dos ataques têm acontecido no Afeganistão e no Paquistão. Em 2020, atacaram uma maternidade na capital afegã, que matou 24 pessoas e uns meses depois, ainda no mesmo, ano, mataram 22 pessoas no âmbito de um ataque a uma universidade.

O grupo afiliado é também o principal suspeito de um ataque que aconteceu no ano seguinte. Na explosão, que aconteceu com recurso a um carro-bomba, morreram pelo menos 85 pessoas. O incidente aconteceu junto a um liceu feminino.

Mas porquê atacar a Rússia?

Segundo um especialista de segurança ouvido pela CNN Internacional, a “Rússia tem estado no topo da lista do ISIS durante muitos anos” – e quando fala desta lista, refere-se a uma ‘lista negra’. Também os Talibãs têm sido criticados pelo ISIS-K por serem “muito próximos” de Moscovo, explicou Daniel Byman.

Em 2022, o grupo afiliado reivindicou um ataque perto da em embaixada da Rússia em Cabul, no Afeganistão. O ataque matou seis pessoas, incluindo dois funcionários consulares.

Já ao longo do último mês, o ISIS-K tem deixado um ‘rasto’ de incidentes na Rússia, com pelo menos quatro situações a serem relacionadas a membros deste grupo.

Já no início de março, no dia 7, as forças de segurança russas terão conseguido evitar um ataque do Daesh a uma sinagoga em Moscovo, segundo o que explica a Reuters. Os suspeitos foram mortos.

Este ano, o Conselho de Segurança da ONU deixou o alerta de que este grupo planeava ou estava a levar a cabo "conspirações operacionais" na Europa. Segundo o órgão, sete pessoas foram detidas o ano passado na Alemanha enquanto planeavam "ataques terroristas de grande impacto".

Leia Também: Moscovo. Autoridades russas pedem prisão de mais 3 suspeitos de atentado

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