"Portanto, agora estamos a trabalhar com eles para encontrar uma data conveniente que obviamente funcione para ambos os lados", destacou a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.
Ainda não foi finalizada nenhuma data e uma autoridade norte-americana, citada pela agência Associated Press (AP), referiu que o ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, e o conselheiro de segurança nacional, Tzachi Hanegbi, estavam entre a delegação israelita prevista para visitar Washington.
Fonte israelita adiantou que a Casa Branca entrou em contacto com o objetivo de marcar uma nova reunião, enquanto o gabinete de Netanyahu frisou que o primeiro-ministro "não autorizou a partida da delegação para Washington".
O primeiro-ministro israelita cancelou a viagem esta semana após a votação da ONU para exigir um cessar-fogo em Gaza, enclave controlado pelo movimento islamita palestiniano Hamas, em que os EUA se abstiveram, ou seja, não a vetaram.
A deslocação a Washington, feita a pedido da administração dos Estados Unidos, destinava-se a ouvir as propostas norte-americanas de expansão da ajuda humanitária a Gaza e de alternativas a uma operação terrestre em Rafah.
Até agora, Israel rejeitou os apelos norte-americanos para cancelar a operação planeada numa zona repleta de civis deslocados.
Netanyahu acusou os Estados Unidos de recuarem de uma "posição de princípio" ao permitirem que a resolução fosse aprovada sem condicionar o cessar-fogo à libertação dos reféns detidos pelo Hamas.
O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, já estava em Washington quando Netanyahu cancelou a viagem de outras autoridades. Gallant reuniu-se com o conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan, o secretário de Estado, Antony Blinken, e o secretário de Defesa, Lloyd Austin. A operação em Gaza foi um dos muitos temas em discussão.
Netanyahu destacou hoje, durante um encontro com o senador norte-americano Rick Scott, que está de visita a Israel, que a sua decisão de cancelar a viagem tinha como objetivo transmitir uma mensagem ao Hamas de que a pressão internacional contra Israel não o levará a encerrar a guerra sem concessões do grupo militante.
O chefe do Governo israelita apontou ainda que a abstenção dos EUA na votação da ONU foi "muito, muito má" e "encorajou o Hamas a adotar uma linha dura e a acreditar que a pressão internacional impedirá Israel" de alcançar os seus objetivos de guerra.
O atual conflito foi desencadeado pelo ataque em solo israelita em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
Desde então, Israel tem em curso uma ofensiva no pequeno enclave palestiniano que provocou quase 32.500 mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas.
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