"Quanto mais pessoas trabalharem, mais receitas teremos para financiar as nossas políticas públicas", disse Gabriel Attal, em entrevista ao canal de televisão TF1, acrescentando que quer tornar o "modelo social" francês mais "atrativo" para o emprego e com melhoria das condições de trabalho.
Para o primeiro-ministro francês, a nova reforma, com parâmetros para abril e aplicação no outono, só deverá trazer "alguns milhares de milhões" de euros por ano e levará algum tempo a produzir efeitos.
A nova medida está já a ser contestada pelos sindicatos, com a dirigente do CGT, Sophie Binet, a afirmar que o primeiro-ministro "partilha uma conceção muito vertical do poder e despreza a social-democracia e os atores sociais".
Os sindicatos conseguiram mobilizar-se maciçamente em relação à reforma do sistema de pensões em 2023, com centenas de milhares de manifestantes a saírem às ruas contra a ex-primeira-ministra Elisabeth Borne.
O governo procura poupanças para reequilibrar as finanças públicas, depois do défice ter atingido um nível sem precedentes de 5,5% do PIB em 2023, que o Governo pretende baixar para 3% em 2027, segundo Gabriel Attal.
A direita da Assembleia Nacional, necessária para aprovar as suas leis sem maioria absoluta, ameaça censurar o orçamento de "austeridade", com alguns partidos da oposição a boicotarem hoje uma reunião de deputados no Ministério das Finanças.
O governo anunciou esta reforma a poucas semanas das eleições europeias, que ocorrem de 06 a 09 de junho de 2024, quando as sondagens mostram que o partido de primeiro-ministro francês (Renascimento) está em desvantagem (18%) para o partido de extrema-direita União Nacional (RN, sigla em francês), com 30%.
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