França lança reforma de subsídio de desemprego contestada por sindicatos

O primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, anunciou hoje um novo endurecimento do acesso ao subsídio de desemprego a partir do outono, a que os sindicatos já responderam prometendo agitação social, à semelhança da reforma das pensões em 2023.

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© Getty Images/LUDOVIC MARIN

Lusa
28/03/2024 22:07 ‧ 28/03/2024 por Lusa

Mundo

França

"Quanto mais pessoas trabalharem, mais receitas teremos para financiar as nossas políticas públicas", disse Gabriel Attal, em entrevista ao canal de televisão TF1, acrescentando que quer tornar o "modelo social" francês mais "atrativo" para o emprego e com melhoria das condições de trabalho.

Para o primeiro-ministro francês, a nova reforma, com parâmetros para abril e aplicação no outono, só deverá trazer "alguns milhares de milhões" de euros por ano e levará algum tempo a produzir efeitos.

A nova medida está já a ser contestada pelos sindicatos, com a dirigente do CGT, Sophie Binet, a afirmar que o primeiro-ministro "partilha uma conceção muito vertical do poder e despreza a social-democracia e os atores sociais".

Os sindicatos conseguiram mobilizar-se maciçamente em relação à reforma do sistema de pensões em 2023, com centenas de milhares de manifestantes a saírem às ruas contra a ex-primeira-ministra Elisabeth Borne.

O governo procura poupanças para reequilibrar as finanças públicas, depois do défice ter atingido um nível sem precedentes de 5,5% do PIB em 2023, que o Governo pretende baixar para 3% em 2027, segundo Gabriel Attal.

A direita da Assembleia Nacional, necessária para aprovar as suas leis sem maioria absoluta, ameaça censurar o orçamento de "austeridade", com alguns partidos da oposição a boicotarem hoje uma reunião de deputados no Ministério das Finanças.

O governo anunciou esta reforma a poucas semanas das eleições europeias, que ocorrem de 06 a 09 de junho de 2024, quando as sondagens mostram que o partido de primeiro-ministro francês (Renascimento) está em desvantagem (18%) para o partido de extrema-direita União Nacional (RN, sigla em francês), com 30%.

Leia Também: Dois atentados "frustrados" em França em 2024, revela primeiro-ministro

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